Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Harare (Agência Fides)- A gravíssima crise econômica, política e sanitária de Zimbábue piora a cada. Diante da decisão do governo por causa da falta de dinheiro, um grupo de militares atacou um casa de câmbio na capital Harare combatendo com a polícia e os homens do CIO (Central Intelligence Organization, os serviços secretos de Mugabe).
Os militares, como os cidadãos, encontram grandes dificuldades em retirar seus salários dos bancos. O país possui uma super-inflação (com uma taxa de 230 milhões %) e o valor nominal da moeda local deve ser atualizado sempre por causa (se faz as compras com notas de milhões de dólares zimbabuanos). Isso por sua vez, comporta um aumento das despesas para o balanço do Estado e um demora na circulação de dinheiro (que são fabricados no exterior). A população deve então recorrer à economia paralela, fundada em dinheiro estrangeiro, onde no centro do sistema existem os cambistas.
Os soldados, depois de terem esperado inutilmente diante de um banco para retirar seus salários, começaram a saquear as casas de câmbio e os supermercados (cada vez mais escassos).
A revolta dos militares, considerados os pilares do regime do Presidente Robert Mugabe, é um sinal da inquietação para o governo, que deve enfrentar a gravíssima emergência sanitária provocada pela epidemia de cólera. Segundo a Organização Mundial da Saúde, desde agosto, quando se manifestaram os primeiros casos, até hoje, a cólera matou 473 pessoas. Os casos registrados da doença são mais de 11 mil em 10 províncias do país.
As autoridades foram obrigadas a interromper a irrigação de água em várias áreas por causa da falta de desinfetantes que devem ser colocados nos condutores. Nas áreas rurais ao norte de Zimbábue, além disso, estourou uma epidemia de antraz, que ameaça mais de60 mil cabeças de gado. Três pessoas que comeram a carne desses animais infectados morreram por causa da doença. Zimbábue é o quarto país do mundo com a mais alto índice do vírus HIV: 15,6% dos adultos de 15 a 49 anos foram infectados. Os mortos por causa da AIDS são 3.200 por semana, numa população de pouco mais de 13 milhões de habitantes. (L.M.) (Agência Fides 2/12/2008)
