VATICANO - "O Advento é por excelência o tempo espiritual de esperança e nele toda a Igreja é chamada a se tornar esperança, para si mesma e para o mundo": a homilia do Santo Padre nas Primeiras Vésperas do Advento

Segunda, 1 Dezembro 2008

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Bento XVI presidiu, na tarde se sábado, na Basílica Vaticana, à celebração das Primeiras Vésperas do I Domingo do Advento. Em sua homilia, o Papa frisou que “o Advento é, por excelência, tempo espiritual da esperança. Com ele, toda a Igreja é chamada a ser esperança, para si e para o mundo. Todo o organismo espiritual do Corpo místico assume, por assim dizer, a “cor” da esperança. Todo o povo de Deus se recoloca a caminho atraído por este mistério: o nosso Deus é o “Deus que vem” e nos convida a ir ao seu encontro”.
O salmo 141 se invoca o socorro do Senhor, "Senhor, a ti grito, vem ajudar-me": È o grito da Igreja entre as várias insídias que a circundam que ameaçam a sua santidade, aquela integridade irrepreensível da qual fala o apóstolo Paulo, que deve ser conservada para a vinda do Senhor. Nesta invocação ressoa também o grito de todos os justos, de todos aqueles que querem resistir ao mal, às seduções de um bem-estar iníquo, de prazeres que ofendem a dignidade da pessoa humana e dos pobres.
Com efeito, uma esperança crível, não enganadora, não pode não ser uma esperança “pascal”, como nos recorda o cântico da Carta aos Filipenses, com a qual louvamos a Cristo encarnado, crucificado e ressuscitado, e Senhor universal. A Ele, disse o Papa, dirigimos o nosso olhar e o nosso coração, em união espiritual com a Virgem Maria, Nossa Senhora do Advento. Demos as mãos a ela e entremos, com alegria, neste novo tempo de graça, que o Senhor concede à sua Igreja pelo bem de toda a humanidade. No início do Advento a Igreja faz novamente este grito a Deus como incenso. A oferta vespertina do incenso é símbolo de oração, de efusão dos corações dirigidos a Deus".
No salmo 142 "toda palavra, toda invocação faz pensar a Jesus, na paixão, sobretudo na oração ao Pai no Horto das Oliveiras. Em sua primeira vinda, com a encarnação, o Filho de Deus quis partilhar plenamente a nossa condição humana. Naturalmente não partilho o pecado, mas pela nossa salvação sofreu todas as conseqüências. Rezando o Salmo 142, a Igreja revive todo momento a graça desta com-paixão, desta vinda do Filho de Deus na angústia humana até tocar o fundo. O grito de esperança do Advento expressa então, desde o início e no modo mais forte, toda a gravidade de nosso estado, a nossa extrema necessidade de salvação. Como dize: nós esperamos o Senhor. Sabemos que ele, o Libertador, teve que sofrer e morrer para nos fazer sair desta prisão.
O Santo Padre concluiu a homilia sublinhando que estes dois salmos "nos proteja da tentação de evasão e de fuga da realidade; que eles nos preservem da falsa esperança, que talvez queira entrar no Advento e ir ao Natal esquecendo do drama de nossa existência pessoa e coletiva". Com Maria e com a sua materna ajuda, concluiu o Santo Padre, tornemo-nos dóceis à ação do Espírito Santo, a fim de que o Deus da Paz nos santifique plenamente e a Igreja se torne sinal e instrumento de esperança para todos os homens. (S.L.) (Agência Fides 1/12/2008)


Compartilhar: