ÁFRICA/ZIMBÁBUE - Poderá falir o acordo de partilha do poder entre Mugabe e a oposição

Quinta, 13 Novembro 2008

Harare (Agência Fides)- Faliu mais uma vez a tentativa de formar um governo de unidade nacional: o partido no poder em Zimbábue, o ZANU-PF, pediu ao presidente Robert Mugabe de formar “imediatamente” um novo executivo. Se isso acontecer será a sepultura definitiva do acordo de partilha do poder assinado em 15 de setembro passado por Mugabe e pelos principais partidos da oposição, o Movimento para a Mudança Democrática (MDC), guiado por Morgan Tsvangirai, e a ala de cisão do MDC, guiada por Arthur Muthambara (ver Fides 16/9/2008).
Um encontro dos líderes do SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) realizado em 9 de novembro na África do Sul afirmou que Zimbábue deveria formar um governo de unidade nacional. O acordo para a formação do executivo está bloqueado a dois meses por causa dos contrastes sobre designação dos Ministérios chaves, como o do Interno. O encontro da SADC propôs que a maioria e a oposição partilhem o controle do Ministério do Interno a fim de superar o impasse. Os membros do MDC, liderado por Tsvangirai, rejeitaram a proposta, afirmando que o “forte desprezo” por parte de Mugabe em relação ao MDC fará falir o compromisso.
No encontro da SADC, Mugabe afirmou que não irá ceder o Ministério do Interior ao partido de Tsvangirai porque ele estaria tentando a desestabilização do país.
Segundo Mugabe e os representantes do ZANU-PF, os que apóiam Tsvangirai estariam organizando milícias armadas em Botswana. Estes grupos seriam adestrados e armados com a ajuda de Botswana, Estados Unidos e Grã Bretanha. Acusações que foram rejeitadas pela oposição que lembra que as milícias ligadas ao partido de Mugabe sãos responsáveis das violências e das intimidações contra a população civil.
No entanto, a situação econômica e social piora: a inflação chegou a 231%, a metade da população necessita de ajuda alimentar e uma epidemia de cólera matou centenas de pessoas na capital, Harare, desde o início do ano. (L.M.) (Agência Fides 13/11/2008)


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