Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “Conheço bem as difíceis circunstâncias que há um tempo os fiéis e os habitantes de nosso país vivem e que neste momento parecem estar se agravando. São motivos de preocupações e de particular solicitude pastoral para a Igreja, que soube permanecer muito próxima a todos os bolivianos em situações delicadas, com a única finalidade de manter a esperança, reavivar a fé, promover a unidade, exortar a reconciliação e salvaguardar a paz”. São as palavras que o Santo Padre Bento XVI dirigiu aos bispos da Bolívia, recebidos em audiência por ocasião da visita Ad Limina Apostolorum, no dia 10 novembro.
O Santo Padre indicou outros desafios que se apresentam à obra dos bispos “porque a fé plantada na terra boliviana necessita sempre de alimentar-se e de reforçar-se, sobretudo quando si percebem sinais de um certo enfraquecimento da vida cristã por causa de fatores de origens diversa, a difundida falta de coerência entre a fé professada e os modelos de vida pessoal e social, ou a uma formação superficial que deixa os batizados expostos ao influxo de promessas ilusórias”.
Um ‘instrumento potente’ para enfrentar estes desafios, pode ser encontrado na devoção popular, que o Papa definiu “precioso tesouro acumulado nos séculos graças à obra de missionários audaciosos e conservado, com profunda fidelidade, para as gerações nas famílias bolivianas”. Tais sons, que devem ser cuidados e promovidos hoje, “requer um esforço constante a fim de que o valor dos sinais penetre no profundo do coração, seja sempre iluminado pela Palavra de Deus e se transforme em fortes convicções de fé, consolidada pelos sacramentos e pela fidelidade aos valores morais”.
Para cultivar uma fé amadurecida e viver com alegria e responsabilidade a própria fé, “é necessário uma catequese sistemática, difundida e penetrante, que ensine claramente e integralmente a fé católica. O Ano Paulino, que estamos celebrando, é uma ocasião privilegiada para imitar o vigor apostólico e missionário deste grande apóstolo, que não teve medo ao momento de anunciar em toda a sua integridade o desígnio de Deus, como disse aos pastores de Mileto. De fato, um ensinamento parcial ou incompleto da mensagem evangélica não corresponde à missão própria da Igreja e não pode ser fecunda”.
O crescimento na fé é favorecido por uma educação geral de qualidade, que compreenda a dimensão espiritual e religiosa da pessoa, por isto os Pastores devem cuidar com atenção das várias instituições educativas da Igreja católica, “a fim de que conservem a própria identidade”. O Santo Padre expressou sua alegria aos bispos pelos seus esforços em “oferecer aos seminaristas uma boa formação humana, espiritual, intelectual e pastoral, dando a eles sacerdotes capazes que os ajudam em seu discernimento vocacional e se preocupam de suas capacidades e competências”. Particularmente no momento atual, lembrou o Papa, é necessário garantir a formação permanente do clero e dos agentes pastorais, “uma formação que alimenta constantemente a sua vida espiritual e impeça que o seu trabalho se torne uma rotina ou caia na superficialidade”.
Lembrando o que foi ressaltado no recente Sínodo dos Bispos, o Santo Padre exortou a fazer com que nas homilias, nas catequeses e nas celebrações, “a proclamação fiel, a escuta e a meditação da Sagrada Escritura, estejam sempre em primeiro lugar, porque é aí que o Povo de Deus encontra a sua razão de ser, a sua vocação e a sua identidade. Da escuta dócil da Palavra divina nasce o amor pelo próximo e, com ela o serviço desinteressado aos irmãos, uma aspecto particularmente importante na ação pastoral na Bolívia, diante da situação de pobreza, de marginalização ou de abandono na qual vive boa parte da população”. (S.L.) (Agência Fides 11/11/2008)
