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Goma (Agência Fides)- “A situação humanitária é dramática porque os combates levam cada vez mais a pessoas em direção à Goma” disse à Agência Fides Giulia Pigliucci, do Escritório de Imprensa do Voluntariado Internacional para o Desenvolvimento (VIS), Organização Não-Governamental promovida pelo Centro Nacional Obras Salesianas, que acaba de voltar a Goma, capital do Kivu norte (no leste da República Democrática do Congo) onde acontecem os combates entre as tropas regulares, apoiadas pelas milícias pró-governamentais e os rebeldes de Laurent Nkunda. A situação humanitária tornou-se ainda mais dramática porque é o auge da estação das chuvas e à noite faz muito frio. Goma , de fato, está a 1.500 metros de altitude.
“O campo que acolhe os desabrigados “Don Bosco”, administrado pelo VIS, é o único que está no centro de Goma, os outros estão em áreas limítrofes” disse Giulia Pigliucci. “Atualmente, acolhe 1.100 pessoas registradas, todas elas, mulheres e crianças. Os homens não são recebidos para evitar infiltrações de guerrilheiros e milicianos e por motivos de ordem pública. Há também 90 crianças não acompanhadas que estão tentando reencontrar as suas famílias. Todas as crianças são identificadas, registradas e fotografadas. Fora do campo há 300 famílias acampadas, fugidas do campo de Rushuru, por causa dos combates, que esperam entrar. Estamos tentando acomodá-los”.
A responsável pelo VIS descreve assim as atividades no campo de Goma: “Devido ao trabalho do diretor do centro, padre Mario Perez, salesiano de origem venezuelana, e de 4 voluntários do VIS, 3 de nacionalidade italiana e uma de nacionalidade francesa, as pessoas recebidas no campo recebem duas refeições por dia, cuidados médicos, a possibilidade de tomar banho e roupas limpas. Os educadores mantêm as crianças ocupadas com brincadeiras e atividades educativas, no espírito de ensino de Don Bosco, que põe a educação em primeiro lugar”.
As organizações humanitárias internacionais lançaram o alerta para os casos de cólera registrados em Goma. A responsável pelo VIS afirma que “no centro Don Bosco há cinqüenta pessoas atingidas pela cólera. São assistidas pelo pessoal, com cuidados e medicamentos. Também foi mobilizada a carpintaria da escola do centro para construir leitos adequados para os doentes, que depois são queimados para evitar o contágio”.
O VIS em Goma colabora com os Médicos sem Fronteiras e com o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR). “É um esforço notável de nossa parte,que também envolve um empenho logístico importante: somente para dar duas refeições por dia aos hóspedes do campo são necessárias 11 toneladas de farinha, enquanto se escutam nitidamente os rumores dos combates a poucos quilômetros” conclui Giulia Pigliucci. (L.M.) (Agência Fides 10/11/2008)
