Kinshasa (Agência Fides) – “Espero que a demissão do comandante da MONUC se enfrentem os problemas que até agora impediram a força de paz da ONU de funcionar como se deve” diz à Agência Fides Pe. Loris Cattani, missionário xaveriano com grande experiência na República Democrática do Congo. Vicente Diaz de Villegas, comandante espanhol d Missão das Nações Unidas no Congo se demitiu do cargo enquanto no norte de Kivu (leste do Congo) as forças do Congresso para a Defesa do Povo (CNDP) do líder rebelde Laurent Nkunda perpetram uma ofensiva e conquistam terreno. Domingo 26 de outubro as tropas de Nkundaconquistaram a localidade de Rumangabo, a 50 km de Goma.
“Oficialmente, explica Pe. Cattani, de Villegas se demitiu por motivos pessoais, mas alguns órgãos de imprensas trazem algumas de suas declarações sobre o fato de que as motivações de suas demissões são relativas às regras pouco claras e inadequadas para enfrentar a situação. A MONUC pode recorrer à força para a autodefesa e para proteger a população civil mas não pode se empenhar no sentido ofensivo para desarmar os rebeldes de Nkunda”.
A população civil no norte de Kivu protestou contra os Capacetes Azuis porque não fazem o possível par proteger os civis e trazer a paz novamente na região. “As manifestações populares são compreensíveis”, diz Pe. Cattani. “De fato, a MONUC é uma força militar de 18 mil homens dotada também de meios importantes, enquanto Nkunda pode contar sobre um grupo de guerrilha de 4 mil homens. Como explicar então, que com uma assim tão grande desproporção de forças, Nkunda tenha conseguido conquistar importantes lugares estratégicos ao norte de Kivu? O comandante de Villegas recentemente se lamentou que alguns contingentes da MONUC seguissem as ordens do próprio país de origem e não as ordens do Chefe da Missão da ONU. Alguns países que compõem as tropas da MONUC teriam um própria agenda que condicionaria a ação dos Capacetes Azuis, impedindo de se colocar fim uma vez por todas às incursões de Nkunda e de seus homens”.
As forças de Nkunda estão se aproximando de Goma , que é o objetivo de sua ofensiva|, afirmou um porta-voz do movimento rebelde. Mas não acredito que a comunidade internacional permitirá que o norte de Kivu caia nas mãos dos rebeldes, porque seria o falimento completo de todos os esforços de paz efetuados nos últimos anos”, conclui Pe. Cattani.
A ofensiva militar rebelde piorou ainda mais a precária situação na região, onde existem mais de 1 milhão de deslocados. A estação das chuvas está chegando e poderá piorar ainda mais as condições dos deslocados. (L.M.) (Agência Fides 28/10/2008)