AMÉRICA/HONDURAS - O Arcebispo de Tegucigalpa e os seus Auxiliares preocupados com a Cúpula Íbero-americana dos Chefes de Estado que pretende impor políticas antinatalidade

Segunda, 27 Outubro 2008

Tegucigalpa (Agência Fides) – O Arcebispo de Tegucigalpa (Honduras), o Card. Oscar Rodriguez Maradiaga, e os Bispos Auxiliares da Arquidiocese, manifestaram a sua preocupação pelo conteúdo e os valores que serão promovidos na 18ª Cúpula Ìbero-americana de Chefes de Estado e de Governo que será celebrada de 29 a 31 de outubro em El Salvador com o tema "Juventude e Desenvolvimento" (ver Fides de 22/10/2008). Os Bispos emitiram um comunicado com o título "A dignidade do ser humano é inviolável" no qual recordam, em primeiro lugar, o artigo 1 da Constituição hondurenha que, "de maneira clara e incontestável", afirma: "Honduras é um Estado de direito, soberano, constituído como república livre, democrática e independente para assegurar aos seus habitantes a justiça, a liberdade, a cultura e o bem estar econômico e social". Por isso, dirigem-se no comunicado ao Presidente da nação, Manuel Zelaya, para explicar as razões pelas quais o Chefe de Estado “deve analisar com maior profundidade" o texto, antes de assinar a Declaração de San Salvador.
"As verdadeiras intenções não são claras e o texto da declaração tem muitas ambigüidades, que teriam como resultado a aplicação de políticas públicas nocivas, impostas por outras realidades, que atentam contra a educação e o desenvolvimento integral dos nossos jovens" afirmam os Prelados. Além disso, o documento base "pretende impor políticas antinatalidade", que manifestam "uma forma de opressão ideológica por parte dos países ricos diante dos quais estamos em desenvolvimento". Esse sentido, recordam não ser verdade que os programas de abstinência não estejam funcionando, como assegura o documento. "No nosso país, e em países como Uganda, onde foi promovida a fidelidade entre os casais e a abstinência sexual entre os jovens, os resultados são enormemente positivos".
"No nosso país – acrescenta o texto -, sempre reconhecemos que a maternidade é uma das mais belas vocações e um dos mais belos dons de Deus para a humanidade", portanto, não deve ser considerada "como a causa principal da pobreza" e ainda menos "uma atividade denigritória e um encargo que não permite a auto-realização da mulher". "Viver a sua maternidade gratifica toda mulher" afirmam. Segundo o comunicado, “não se deve tirar dos pais o pátrio poder, deixando que os jovens decidam sobre a sua vida sexual e sobre a sua maternidade". Como “não se pode considerar a vida sexual completamente separada do ato reprodutivo, fomentando o uso de todo o tipo de método para evitar a gravidez, promovendo uma espécie de libertinagem sexual".
Por trás das idéias difundidas há alguns anos por aqui, como a famosa expressão “saúde sexual reprodutiva” e a ideologia de gênero, "esconde-se um profundo desejo de legalizar o aborto, as pílulas anticoncepcionais, a proliferação da homossexualidade, as esterilizações, e outros métodos artificiais e criminais do controle da natalidade".
Os Bispos recordam então o artigo 59 da Constituição: "A pessoa humana é o fim supremo da sociedade e do Estado. Todos têm a obrigação de respeitá-la e protegê-la. A dignidade do ser humano é inviolável". E o artigo 65 que diz: "o direito à vida é inviolável".
"Com a nossa firme posição não nos opomos à formação e a educação dos nossos jovens, mas sustentamos uma formação integral que requer a inclusão de um conteúdo religioso" concluem os Bispos , dirigindo-se ao Presidente da Nação. (RG) (Agência Fides 27/10/2008)


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