VATICANO - AS PALAVRAS DA DOUTRINA aos cuidados de Pe. Nicola Buxe Pe. Salvatore Vitiello - Sabedoria e pastoral. Também nas homilias

Quinta, 23 Outubro 2008

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – O Sínodo sobre “A Papavra de Deus na vida e na missão da Igreja”, em andamento no Vaticano, até o dia 26 de outubro, provocou em nível de comunicação e no âmbito dos debates entre os padres sinodais e nos grupos de estudo, o tema delicado sobre a pregação da e na Igreja, sobretudo na homilia.
Visto que nem todos possuem o carisma da pregação, pois os “crisóstomos”não se improvisam, a pregação da homilia tem uma importância fundamental dentro da atividade missionária da Igreja e no serviço do “munus docendi”, a tarefa de ensinar. A homilia junto com a mais ampla Liturgia, onde é proferida, é um dos pontos de “máxima visibilidade”da Igreja, sendo necessário cuidar de sua qualidade, para a fim de não apresentar aos homens um rosto parcial, distorcido ou desfigurado de Cristo e de sua Esposa.
A pregação deve ser consciente de ser portadora, pela graça sobrenatural, da “verdadeira sabedoria”, da verdade do mundo, que salva o mundo e responde a todas as necessidades do homem de todo tempo. A fé pessoal em Cristo ressuscitado, a experiência de uma real e visível realização humana, a confiança na ação misteriosa do Espírito nos corações humanos e na eficiência da Palavra de deus, são as características de todo pregado “sábio e pastoral”, ou seja, é o portador de uma verdade que responde ao homem. Neste sentido a “sabedoria” a ser praticada não é aquela humana, volúvel, incerta e frágil, mas aquela divina, da qual a força não vem dos homens mas do próprio Deus; e a “pastoralidade” não e condiscendência tímida aos desejos ou as modas do mundo, as várias sensibilidades, ou até mesmo aos erros ou aos pecados!
A homilia é ‘pastoral’, quando ‘guia as ovelhas’, não quando as dispersa, quando é capaz de mostrar a razão do ato de fé e a correspondência aos profundos desejos do coração do homem, mantendo-se fora de qualquer espiritualismo, mesmo sendo profundamente espiritual, e de fora de todo racionalismo, mesmo sendo profundamente racional.
Como lembrou o Santo Padre na Encíclica “Spe Salvi”, ao nº. 6, o “Evangelho leva à verdade que os filósofos tinham procurado em vão […] Cristo: Ele nos diz quem é na realidde o homem e o que o homem deve fazer para ser plenamente homem. Ele nos indica o caminho e este caminho é a verdade. Ele é o caminho e a verdade e por isso é também a vida que todos nós buscamos. Ele indica também a estrada depois da morte; somente quem é capaz de fazer isto, é um verdadeiro mestre de vida”. Desta sabedoria, desta certeza, deve partir toda homilia católica!
A pastoralidade è mostrar a realção de fé com a vida, evidenciando o quanto a vida seja iluminada, dilatada em seu respiro, se tornando “mais vida”, graças à fé. “A fé não é somente uma pessoal inclinação rumo às coisas que devem vir, mas são ainda totalmente ausentes; ela nos dá alguma coisa. Nos doa agora alguma coisa da realidada que esperamos e esta realidade é para nós uma “prova” das coisas que ainda não se vêem. Ela coloca dentro do presente o futuro, assim que este último não é mais o puro ‘não-ainda’. O fato que este futuro exista, muda o presente; o presente é tocado pela realidade futura e assim as coisas futuras se entram nas coisas presentes e as presentes nas futuras” (Spe salvi nº 7). (Agência Fides 23/10/2008)


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