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Kampala (Agência Fides)- Harmonizar e coordenar as regras comerciais e aduaneiras e promover o desenvolvimento de uma infra-estrutura de transporte comum. São estes os objetivos da reunião de Kampala, capital de Uganda, da qual participam 26 delegações dos Estados que aderiram a três associações político-econômicas africanas: COMESA (Mercado Comum da África Oriental e Meridional); Comunidade da África Oriental (EAC) e SADC (Comunidade de Desenvolvimento e Coordenação da África Austral).
Até agora estas três áreas econômicas estavam por conta própria. A reunião de Kampala visa à sua integração para constituir uma única área de livre comércio que iria da África do Sul ao Egito.
Participarão da reunião o Presidente sul-africano Kgalema Motlanthe, Presidente atual da SADC, o Presidente queniano Mwai Kibaki, representante da COMESA, e o ruandês Paul Kagame, que preside a EAC. Entre os outros Chefes de Estado, está Robert Mugabe do Zimbábue e o sudanês Omar el Bashir.
A crise tríplice, financeira, energética e alimentar (além da ambiental), que repercute no mundo está bem presente na agenda da Reunião. Uhuru Kenyatta, Vice-Primeiro Ministro e Ministro do Comércio do Quênia, afirmou que “é importante reconhecer que a crise financeira global, o aumento dos preços do petróleo e dos alimentos pode levar ao enfraquecimento das nossas economias e deteriorar as perspectivas econômicas mundiais”. Para enfrentar esta situação, que tem reflexos dramáticos nas possibilidades de sobrevivência de populações inteiras, os líderes africanos pretendem aumentar a colaboração regional, integrando numa só rede as três diferentes áreas econômicas da África meridional e oriental. O passo seguinte será envolver os outros grupos regionais, da África ocidental e setentrional, para criar um único, grande, mercado comum africano.
É claro que os africanos olham para a experiência da União Européia, que permitiu não só criar um mercado de mais de 300 milhões de pessoas, contribuindo para o crescimento econômico de áreas mais pobres da Europa, mas também criaram um forte vínculo de paz entre as nações que até há algumas décadas combateram em guerras terríveis.
Antes de chegar a esse ponto, é preciso, porém, superar vários obstáculos, também de natureza física. A Reunião enfrenta especialmente o problema do fortalecimento das infra-estruturas indispensáveis para o desenvolvimento econômico e para fazer decolar as trocas econômicas inter-africanas: centrais e redes elétricas, estradas e ferrovias, telecomunicações.
Fazem parte da COMESA: Burundi, Comores, RD Congo, Egito, Eritréia, Etiópia, Gibuti, Quênia, Líbia, Madagascar, Malauí, Mauritius, Ruanda, Seychelles, Sudão, Suazilândia, Uganda, Zâmbia e Zimbábue. A EAC inclui: Quênia, Ruanda, Uganda e Tanzânia. Os Estados membros da SADC são: Angola, Botsuana, RD Congo, Lesoto, Madagascar, Malauí, Mauritius, Moçambique, Namíbia, África do Sul, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue. Como se vê, alguns Estados já fazem parte de mais de uma associação regional. (L.M.) (Agência Fides 22/10/2008)
