ÁFRICA/QUÊNIA - Preocupação pelo respeito dos direitos humanos, depois da publicação de um relatório sobre a existência de “esquadrões da morte”.

Quarta, 24 Setembro 2008

Nairobi (Agência Fides) – Aproximadamente 500 pessoas teriam sido mortas no Quênia por verdadeiros “esquadrões da morte”, ligados aos serviços secretos locais. A afirmação é de um relatório da Comissão nacional para os direitos humanos no Quênia.
As vítimas seriam, em grande parte, pertencentes à seita dos “Mungiki” (ver Fides 30/4/2008), que por seu lado é também responsável de graves crimes em diversas áreas do país, particularmente nas favelas de Nairobi.
O relatório afirma que algumas vítimas, antes de serem mortas, foram torturadas e mutiladas. Os “esquadrões da morte” teriam tido a cobertura de alguns expoentes políticos, mas nesta parte o relatório não oferece provas certas, porque as testemunhas-chave não foram ainda colocadas sob proteção.
No restante do documento aparecem circunstanciados os nomes das vítimas, o contexto de seus seqüestros, as placas dos veículos da polícia utilizados no seqüestro, a data das execuções e os locais onde foram jogados os corpos. Existem também testemunhos das famílias que pagaram um alto resgate para liberar seus filhos que tinham sido presos.
A polícia desmentiu estar implicada em qualquer atividade ilícita.
A questão do respeito dos direitos humanos da parte de forças militares e de polícia tinha sido levantada também durante as atividades de repressão do Sabot Land Defense Force (SLDF), um grupo de guerrilha, ativo na região do Mount Elgon. Algumas organizações humanitárias internacionais tinham afirmado que havia casos de tortura e de execuções sem julgamento de prisioneiros. Também o SLDF foi considerado responsável de graves crimes: de 2006 até hoje cerca de 600 pessoas foram mortas pela guerrilha e diversas outras foram seqüestradas e torturadas.
A Igreja católica há algum tempo solicitou um inquérito independente sobre os fatos de Mount Elgon e para que fosse buscado o caminho do diálogo, para colocar um fim às violências dos Mungiki (ver Fides 14/5/2008)
(L.M.) (Agência Fides 24/9/2008)


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