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Durango (Agência Fides) – “Vimos muito derramamento de sangue em todo o País. Sofremos essa dor na nossa carne porque prejudicou o nosso País e as nossas famílias; atentou contra o que é mais sagrado, que é a própria a vida”. É o que afirmam os Bispos da Província Eclesiástica de Durango (Durango, Mazatlán, Torreón e El Salto), numa Mensagem divulgada no final da Primeira Reunião Provincial, na qual denunciam especialmente o clima de violência e insegurança que se espalha na Província e em todo o País.
“A violência, a insegurança, os seqüestros, e o narcotráfico – lê-se na Mensagem - são fatos que parecem continuar a adquirir cidadania na sociedade, com o risco de vir a serem considerados como algo comum e normal, perdendo a capacidade de causar espanto e indignação”. Além disso, denunciam que as lutas que antes aconteciam somente entre as quadrilhas do crime organizado, agora também ocorrem na sociedade civil. Os Bispos lamentam o recente atentado realizado na noite de 15 de setembro na cidade de Morelia, com a execução de três pessoas muito conhecidas no estado de Durango.
Diante dessa situação de crescimento da violência e da extensão do problema das drogas, os Bispos mostram a sua grande preocupação, uma vez que esses fenômenos estão afetando as famílias e a sociedade, especialmente na Província de Durango, que se tornou uma zona “cercada por quadrilhas do crime organizado”, devido à sua situação geográfica.
Entre as causas desse mal, os Bispos destacam “a pobreza e a marginalização, a existência de escandalosas desigualdades sociais e econômicas, a corrupção e a impunidade, além do abandono dos mais pobres pelas diversas instituições”, todos esses, sintomas de “uma decomposição social iniciada já há muito tempo”.
Os Pastores da Igreja mexicana, entretanto, receberam com esperança os 75 compromissos contidos no Acordo Nacional para a Segurança, a Justiça e a Legalidade, resultante da Reunião do Conselho Nacional para a Segurança Pública convocada pelo Presidente da República e realizada na Cidade do México com a presença dos Governadores de todos os estados da República e dos representantes dos Poderes Legislativo e Judiciário e das Organizações Sociais. A Igreja também assumiu a sua responsabilidade nesse acordo, recordam os Bispos.
Ao mesmo tempo, os Bispos lançam um apelo a todas as partes, para que levem adiante a sua contribuição. Em primeiro lugar, exortam as pessoas envolvidas na violência e as que participam de atividades ligadas ao narcotráfico e à violência, a “se arrependerem e mudar de vida”.
Às Autoridades, fazem um convite para trabalharem “no restabelecimento da tranqüilidade e lutarem contra a impunidade, a corrupção e contra todos os outros vícios que atingem a nossa sociedade”.
“Que ninguém se dê por vencido! Que o mal não nos desencoraje! Acreditamos que o amor é mais forte do que a morte e tudo o que ela provoca! Somos homens e mulheres que buscam e constróem a Paz”, concluem os Bispos na sua Mensagem. (RG) (Agência Fides 19/9/2008)
