AMÉRICA/VENEZUELA - O Arcebispado de Caracas exige a restituição de uma capela católica requisitada para treinar militarmente crianças de 8 aos14 anos

Sexta, 19 Setembro 2008

Caracas (Agência Fides) – Por meio de um comunicado, a Arquidiocese de Caracas exige do Governo e da Componente da Reserva das Forças Armadas Nacionais, a restituição da capela “Jesus da Divina Misericórdia”, requisitada por um “tenente da reserva” para treinar crianças dos 8 aos 14 anos nas “Brigadas Infantis e Juvenis da Reserva”.
Como explicam no comunicado Dom Luis Armando Tineo e Dom Nicolás Bermúdez, Bispos Auxiliares de Caracas, a capela, dedicada a “Jesus da Divina Misericórdia” e abençoada no dia 16 de dezembro de 2000 por Dom Bermúdez, foi confiada às Irmãs Missionárias “Lauritas”. Há quatro anos, a modesta residência das religiosas sofreu uma invasão. No dia 7 de setembro de 2008, no final da celebração dominical, um “tenente da Reserva ordenou às irmãs e à comunidade de fiéis que abandonassem a capela porque, a partir daquele momento, ela seria destinada à formação e ao treinamento das ‘Brigadas Infantis e Juvenis da Reserva, formadas por menores de idade dos 8 aos 14 anos”. Com efeito, segundo os testemunhos das pessoas que moram nas suas proximidades, a capela tem sido regularmente utilizada para atividades com menores até tarde da noite.
Por esse motivo, a Arquidiocese de Caracas manifestou o seu “veemente protesto pela ocupação de um lugar sagrado dedicado ao culto religioso”, reiterando espanto e preocupação “pela evidente utilização de menores de idade para levar adiante essa ocupação inaceitável”.
No comunicado, os Bispos exigem das Autoridades competentes do Município, do Estado, dos Dirigentes e dos Componentes da Reserva das Forças Armadas Nacionais, “a restituição imediata da Capela à legítima autoridade da Arquidiocese de Caracas”. Exigem “o respeito aos direitos das crianças segundo as leis nacionais e internacionais vigentes”. Na conclusão, o texto recorda que “as medidas oportunas que pedem restabelecerão s, sem dúvida, a paz e a harmonia à comunidade já afetada pelos fatos denunciados”.
(RG) (Agência Fides 19/9/2008)


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