Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Brazzaville (Agência Fides)- “Nesta feliz ocasião, como Prefeito do Dicastério encarregado da Evangelização dos Povos, estou grato em estar entre vocês, para celebrarmos juntos este grande evento eclesial” – afirmou o Cardeal Ivan Dias, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, na homilia da Missa celebrada por ocasião dos 125 anos da Evangelização da República do Congo.
A Missa, presidida pelo Cardeal Ivan Dias, foi celebrada em 6 de setembro, em Brazzaville, capital do país, diante de autoridades civis e de milhares de fiéis. Ao destacar a vocação missionária da Igreja e de cada cristãos, o Cardeal dirigiu uma recordação aos primeiros missionários que iniciaram a evangelização do Congo, em 1983: “a estes operários do Evangelho, nossa sincera homenagem e profunda gratidão por sua heróica gratidão e abnegação missionária”. O Cardeal Dias também recordou o Cardeal Emile Biayenda, Arcebispo de Brazzaville, assassinado em 22 de março de 1977.
“O testemunho de sua vida, voltado totalmente à causa da evangelização e terminada com o sacrifício supremo de sua morte, deve inspirar a Igreja congolesa neste terceiro milenio. Rezemos a fim de que desde o Céu, interceda por nós e nos acompanhe”. O aniversário dos 125 anos da Evangelização é uma ocasião para “medir a profundidade de nossa fé e a qualidade de nosso testemunho cristão, assim como o grau de maturidade da Igreja congolesa” – afirmou o Cardeal Dias, que recordou como a Igreja na África “é viva, dinâmica, engajada e em crescimento contínuo”. Um fato positivo, que não deve impedir à comunidade católica, destaca o Cardeal “reconhecer com honestidade e humildade que ainda temos muito a trabalhar para que a nossa fé de cristãos seja mais sólida e límpida, e que o nosso testemunho seja ainda mais profundo e fiel a Jesus Cristo”.
Quais são, então, os desafios atuais na África? O Cardeal Dias indicou dois: inculturação da fé e dimensão missionária da Igreja-Família de Deus. No que se refere ao primeiro quesito, o cardeal destaca: “Assim como o corpo morre quando falta a alma, a inculturação puramente exterior do evangelho será vazia se a própria cultura não for evangelizada. Portanto, o desafio é grande na Igreja no Congo para promover uma inculturação completa, autêntica e profunda do Evangelho na vida concreta dos cristãos, e assegurar a qualidade humana e moral de seus padres, religiosos, religiosas e fiéis. Sobre o segundo desafio, o Cardeal Fias recordou que “a Igreja é chamada a doar, de bom grado, aos outros – a começar pelas populações locais – aquilo que recebeu gratuitamente e em abundancia através dos operários que o Senhor enviou à sua vinha nestes 125 anos”. O Cardeal concluiu a homilia exortando os fiéis a “deixar-se levar pelo espírito de Cristo”, a fim de ser testemunhas fiéis do Evangelho e esclarecer as trevas da humanidade.
(L.M.) (Agência Fides 10/9/2008)
