ÁFRICA/ANGOLA - “Confiamos à intercessão de Nossa Senhora, Padroeira de Angola, o bom êxito das eleições de 5 de setembro” - dizem os Bispos

Quinta, 17 Julho 2008

Luanda (Agência Fides)- “Saudamos e congratulamo-nos com a fixação da data das eleições legislativas, para 05 de Setembro do corrente ano, feita por Sua Excelência, Senhor Presidente da República. Como Pastores, apelamos, mais uma vez, aos fiéis e a todos os Angolanos com direito ao voto a participarem consciente e responsavelmente no pleito eleitoral” – afirmam os Bispos de Angola, em uma mensagem dedicada às próximas eleições legislativas de 5 de setembro, uma etapa importante no processo de reconciliação nacional, depois da conclusão da guerra civil em 2002.
Diante da desconfiança de alguns cidadãos sobre a transparência do pleito, os Bispos recordam que “O exercício do direito de votar constitui um dever cívico, pessoal e inalienável de todo e qualquer cidadão não impedido pela lei. Do seu exercício depende a escolha, quer a nível central quer a nível local, dos órgãos do Estado, de Pessoas e Programas para a boa governação, a realização da justiça, a consolidação da Paz, o compromisso do reforço da democracia, a autêntica Reconciliação Nacional, o desenvolvimento de Angola e a dignidade humana”.
“A Igreja não opta por nenhum partido político, portanto a campanha política não deve ser feita pela Igreja, nem na Igreja e muito menos pelos líderes da Igreja! Por isso, a Igreja não deve ter “cor político-partidária”. Deve ser um factor de harmonia, um lugar onde todos se possam amar, aprender a amar e a adorar, juntos, o mesmo Deus, e a partilhar os valores do Evangelho que guiarão a construção duma sociedade mais fraterna. Os Bispos, Padres, Diáconos, Religiosos, Religiosas e Catequistas - chefes de comunidade, são na comunidade não só ministros do culto e agentes da evangelização mas também promotores da unidade entre o Povo de Deus. Sob sanção disciplinar, não podem ser ao mesmo tempo líderes de comunidade cristã e activistas de partidos políticos. Pela mesma razão, não se façam nos lugares de culto avisos de caráter político ou partidário, mas só os avisos de caráter religioso ou social, tais como campanhas de vacinação, matrícula de alunos, etc.
“Dada a importância crucial que os meios de comunicação social assumem neste contexto eleitoral, rogamos aos seus Agentes que informem com imparcialidade, equilíbrio, verdade e isenção de pressão político-partidária, a fim de ajudar os cidadãos a votar com liberdade. Rogamos de igual modo que durante a fase da pré-campanha eleitoral haja equidade no espaço da comunicação social cedido aos diversos partidos. Além disso, abstenham-se de quaisquer discursos inflamatórios de ódios e de todo o tipo de violência. A tolerância é a bandeira de uma verdadeira democracia. De facto, a tolerância supõe a capacidade de compreender e aceitar a diversidade, o multipartidarismo, e o pluralismo político, respeitando as diferentes opiniões políticas, crenças diversas”.
Os Bispos concluem invocando Nossa Senhora: “Em cada Paróquia ou Missão, faça-se em tempo oportuno alguma oração, pedindo a Deus, por intercessão da Virgem Maria, Padroeira de Angola, pelo bom êxito das eleições”.
(L.M.) (Agência Fides 17/7/2008)


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