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Caracas (Agência Fides) – O Arcebispo de Maracaibo e Presidente da Conferência Episcopal Venezuelana, Dom Ubaldo Santana, lançou um apelo aos fiéis para "não se deixarem enganar" pela auto-proclamada "Igreja Católica Reformada", que não é católica e pretende "usurpar funções, sacramentos, organização e vestiário da única Igreja Católica". Em um comunicado, Dom Santana afirmou que os promotores desse grupo tentam “confundir de maneira direta os fiéis católicos, ultrajando o pensamento da fé e dividindo os membros da religião católica em todo o País".
Segundo um comunicado da Diocese de Cabimas, no dia 25 de junho, dois sacerdotes católicos provenientes da Diocese e da Arquidiocese de Maracaibo, que haviam abandonado o seu ministério em momentos diversos e renegado publicamente a fé católica por meio de seus comportamentos e das suas palavras, junto com dois pastores luteranos apresentaram uma nova Igreja, denominada Igreja Católica Reformada da Venezuela. Domingo, 29 de junho, no Templo Luterano "São Paulo" de Cidade Ojeda, foi realizada uma cerimônia durante a qual três Bispos, Dal Climie, Arcebispo da Igreja Anglicana Conservadora dos Estados Unidos, Leonardo Marín, Primaz da Igreja Anglicana Latino-americana e Jorge Pérez, Bispo do México, consagraram Bispos estes dois venezuelanos, para fundar a Igreja Católica Reformada da Venezuela. "Pretende erguer-se como alternativa à Igreja Católica, Apostólica e Romana, e utiliza a mesma simbologia, vestuário, nomenclatura, títulos e serviços sacramentais e litúrgicos da Igreja Católica. Pretendem também se chamar católicos sem estarem unidos na obediência nem ao Papa, nem à hierarquia católica, simulando até mesmo a ordenação de novos Bispos sem o expresso mandato do Romano Pontífice", lê-se no comunicado.
Diante dessa situação, o Episcopado de Cabimas publicou um comunicado em que rejeita categoricamente essa nova igreja, desconhecendo os Bispos e reafirmando a sua fidelidade e adesão à Igreja Católica, como única e verdadeiramente fundada por Jesus Cristo, e ao Papa, Bento XVI, como legítimo Vigário de Cristo na terra. O próprio Episcopado observa também que "os ensinamentos desse movimento estão em clara contraposição aos da Igreja Católica, rejeitando, além de princípios de fé e costumes, a comunhão com a Igreja Católica na pessoa do Papa, Sucessor de Pedro, e com o Colégio Episcopal". Além disso, "esse movimento não tem direito algum de se chamar católico uma vez que o Código de Direito Canônico estabelece que "nenhuma associação pode se chamar 'católica' sem o consenso da autoridade competente…" (C. 300)". O comunicado recorda a todos os fiéis que "estes sacerdotes incorreram em dois graves delitos previstos pelo Código de Direito Canônico (Cfr. CC. 751; 1364 §1): heresia e cisão".
No comunicado da Arquidiocese de Maracaibo convidam os católicos "a estarem muito atentos e a não se deixarem confundir por esse novo grupo que realiza uma usurpação desrespeitosa e enganosa", mantendo o culto e a estrutura organizacional da Igreja católica. Recordam que todos os fiéis católicos, "sejam clérigos ou leigos, que se unam e aceitem as disposições e as crenças de um grupo separado ou herético como a autodenominada Igreja Católica Reformada incorrem em excomunhão conforme o Cânone 1364 do Código de Direito Canônico".
Também o Card. Jorge Urosa Savino, Arcebispo de Caracas, afirmou que esta Igreja "é um grupo heterogêneo formado por dissidentes de várias igrejas históricas". Além disso, "a aparente finalidade política dessa associação a invalida como expressão autêntica da fé cristã. A autêntica Igreja de Jesus Cristo tem a finalidade de levar o anúncio e os dons de Cristo ao mundo inteiro, independentemente de partido político e da adesão parcial dos fiéis". (RG) (Agência Fides 4/7/2008)
