VATICANO - Papa Bento XVI a Savona e Genova - “O homem não se realiza em uma autonomia absoluta, iludindo-se em ser Deus, mas, ao contrário, reconhecendo-se como filho, criatura aberta, voltada a Deus e aos irmãos”

Genova (Agência Fides) - “Desta central Praça da Vitória, que nos acolhe para a ação de louvor e agradecimento a Deus com a qual se encerra a minha visita pastoral, envio minha cordial saudação a toda a comunidade civil e eclesial de Genova” - disse o Santo Padre, durante a Concelebração Eucarística que presidiu na tarde de domingo, 18 de maio, saudando e agradecendo as autoridades, os diversos componentes eclesiais e todos os que colaboraram para o êxito desta visita. Comentando as leituras da Missa do Dia, Solenidade da Santíssima Trindade, o Santo Padre destacou que nelas, observa-se “um conteúdo principal, que diz respeito a Deus, e com efeito, a festa de hoje nos convida a contemplar Ele, o Senhor, que nos convida a subir, em certo sentido, ‘ao monte’, como Moisés.
Bento XVI citou então a sua primeira Encíclica, Deus caritas est, que “re-propõe o exercício da caridade concreta, por parte da Igreja, a partir da fé em Deus Amor, encarnado em Jesus Cristo”, e o Congresso eclesial de Verona, que indicou duas opções fundamentais: a escolha da ‘primazia de Deus’ e a de colocar no centro a pessoa e a unidade de sua existência, nos vários âmbitos em que vive. A terceira escolha importante do Episcopado italiano, recordada pelo Papa, é o testemunho pessoal e comunitário, no qual convergem a vida espiritual, a missão pastoral e a dimensão cultural. “Em uma sociedade dividida entre globalização e individualismo - afirmou o Pontífice - a Igreja é chamada a oferecer o testemunho do koinonía, da comunhão. Esta realidade vem ‘de baixo’ mas é um mistério que tem as ‘raízes no céu’: justamente em Deus uno e trino. É Ele, em si mesmo, o eterno diálogo de amor que em Jesus se comungou a nós, entrou no tecido da humanidade e da história para conduzi-las à plenitude.
Bento XVI concluiu sua homilia com algumas exortações especiais. Antes de tudo, aconselhou os adultos e os jovens a cuidarem ‘da formação espiritual e catequética, uma formação substanciosa, mais do que nunca necessária para viver bem a vocação cristã no mundo de hoje’. E ainda, para prosseguirem “a generosa compartilha com os pobres e os mais necessitados, com a inspiração e a força da Eucaristia, fonte perene da caridade”.
Aos seminaristas e jovens engajados no caminho vocacional, recomendou: “não temam, ao contrário, sintam atração pelas escolhas definitivas, por um itinerário formativo sério e exigente. Somente a medida elevada do discipulado fascina e oferece alegria”. Enfim, Bento XVI exortou todos a “crescer na dimensão missionária, que é co-essencial para a comunhão. De fato, a Trindade é ao mesmo tempo unidade e missão: quanto mais intenso for o amor, mais forte será o impulso a efundir-se, a dilatar-se, a comunicar-se. Igreja de Genova, seja unida e missionária, para anunciar a alegria da fé e a beleza de ser Família de Deus”.
Terminada a Santa Missa, o Papa se dirigiu ao aeroporto “Cristóvão Colombo” de Genova-Sestri de onde, após despedir-se das autoridades, partiu em avião de retorno a Roma.
(S.L.) (Agência Fides 20/5/2008)