AMÉRICA/MÉXICO - A Igreja do México reafirma o seu sim à vida, “que não pode nem deve ser prejudicada por legislações que a ameaçam ou a destróem”

Quarta, 16 Abril 2008

Acapulco (Agência Fides) - No contexto das celebrações jubilares da Arquidiocese de Acapulco, que está para completar os 50 anos da sua ereção, o Seminário do Bom Pastor, no último final de semana, como parte de seu programa acadêmico, organizou um Congresso de Bioética sobre o tema “A eutanásia e o aborto: desafios no México”. Da iniciativa participaram alguns especialistas na matéria. O Congresso foi celebrado na iminência do veredito da Suprema Corte de Justiça da Nação sobre o julgamento de inconstitucionalidade proposto pela Comissão Nacional dos Direitos humanos e pela Procurasoria Geral da República, logo após a aprovação da interrupção legal da gravidez no Distrito Federal.
Diante da cultura da morte, “a Igreja quer continuar a insistir no seu sim à vida, que provém da mensagem do Evangelho de Jesus Cristo e que não pode ser negociado, nem prescindido” lê-se no comunicado da Arquidiocese de Acapulco. “O sim à vida, é entendido por nós de uma maneira integral, ou seja, da concepção até a morte natural, uma vez que a vida é um dom do Criador”, o que inclui necessariamente a atenção a todas as situações em que a vida está ameaçada, como por exemplo “as grandes ameaças presentes nos nossos Países relacionadas à desnutrição, ao desemprego, aos salários de fome, aos vícios, à violência, ao crime organizado”. Atenção também a todas aquelas circunstâncias “que incidem na deterioração da vida e da dignidade das pessoas, principalmente de quem vive em situações de grande vulnerabilidade como os que ainda não nasceram, os idosos, os indigentes, os doentes, as mulheres e as crianças” continua o comunicado.
A Arquidiocese considera também que “o direito à vida é um direito natural, reconhecido pela lúcida razão”, é portanto “um tema de direitos humanos, o primeiro e fundamento de todos os outros”. Portanto, “a partir dessa perspectiva racional, a Igreja vê e defende o direito à vida, que não pode nem deve ser prejudicado pelas legislações que a ameaçam ou a destróem”.
Por isso, a Igreja lança um apelo para aprovar leis que promovam e defendam a vida. Além disso, o comunicado reitera: “nós católicos não podemos prescindir da nossa fé, para estimar o dom da vida e para defendê-la de qualquer ameaça. O ‘não matarás’ bíblico prevalece sempre sobre qualquer lei humana que permita ou induza a eliminar a vida dos mais indefesos na sociedade”.
O Arcebispo de Acapulco, Dom Felipe Aguirre Franco, durante o Congresso afirmou que o aborto degrada a sociedade. “Nós sacerdotes conhecemos o drama de quem se sente responsável por um aborto. A dor de ter matado o próprio filho está sempre na consciência” disse o Arcebispo, que ao mesmo tempo recordou que abortar significa matar, um crime condenado pela lei de Deus e pela Constituição do México, mas “com leis permissivas, são milhares as crianças assassinadas nos hospitais por uma mentalidade hedonista dos partidos que tentam mascarar o tratamento da saúde reprodutiva”.
(RG) (Agência Fides 16/4/2008)


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