ÁSIA - Crise alimentar: o alerta das instituições internacionais pelo destino das nações mais pobres da Ásia e África que se encaminham para uma “catástrofe humanitária”

Washington (Agência Fides) - As maiores instituições internacionais concordaram em lançar um alerta sobre a crise alimentar que acontece no planeta, especialmente nos continentes asiático e africano, e sobre a necessidade de medidas urgentes.
Com a crise da economia mundial, o aumento da inflação e o aumento dos preços de bens de primeira necessidade como arroz e cereais, as repercussões mais graves ocorrem nos países pobres, principalmente da Ásia e África.
O preço do arroz tornou-se proibitivo para a maior parte das populações do Sudeste asiático e em alguns casos os produtos alimentícios começam a faltar, criando instabilidade social. Segundo o Diretor do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss Kahn - que declarou querer dar aos países mais pobres um peso maior nas decisões tomadas pela maior instituição financeira do mundo - o aumento descontrolado dos preços dos gêneros alimentícios nos países em desenvolvimento poderia provocar uma verdadeira “catástrofe humanitária” e, se a tendência não for controlada, “centenas de milhares de pessoas morrerão de fome”.
O Presidente alertou para a possibilidade de estourar uma verdadeira “guerra dos alimentos” entre os países pobres, que poderia levar a gigantescos retrocessos na luta contra a pobreza e o subdesenvolvimento no planeta.
O Banco Mundial também vê com extrema preocupação o grande número de países em que um aumento nos preços dos gêneros alimentícios tem um impacto muito intenso nas camadas mais pobres da população. Nesse contexto, o problema da “segurança alimentar” (a possibilidade concreta de cada ser humano obter todos os dias o alimento para a sua sobrevivência) é ainda mais sério, principalmente para os países com grandes faixas da população que vive próxima dos níveis de subsistência. Por isso, também o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, renovou o convite para que se faça da luta contra a pobreza, a fome e a desnutrição uma prioridade global.
No recente Fórum mundial da indústria agroalimentar realizado em Nova Déli, o Diretor Geral da FAO Jacques Diouf pediu medidas urgentes para evitar que os efeitos negativos do breve período de aumento dos preços dos alimentos tenham graves conseqüências para os povos mais pobres. A FAO realizará de 3 a 5 de junho de 2008 uma Conferência internacional sobre “A segurança alimentar mundial e os desafios das mudanças climáticas e da bioenergia”, para realizar um fórum com os chefes de estado e de governo no qual serão debatidos os problemas urgentes relativos à segurança alimentar mundial e decidir as medidas necessárias para enfrentá-los.
(PA) (Agência Fides 14/4/2008)