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Cochabamba (Agência Fides) - “Estamos muito preocupados com a divisão que se verifica entre regiões, classes sociais e etnias, a polarização ideológica, a excessiva primazia do aspecto político e a influência de setores radicais que impedem o processo do diálogo e do consenso e que podem levar a conflitos com conseqüências imprevisíveis de dor e morte”. É o que afirmam os Bispos da Bolívia no final de sua Assembléia Plenária, celebrada de 3 a 8 de abril em Cochabama. Diante dessa situação, os Bispos dirigem um urgente apelo ao diálogo como “único caminho para a paz e a unidade de nosso País”. Segundo os Bispos, nas difíceis circunstâncias pelas quais passa o País, pede-se “a vontade para dialogar, deixando-se iluminar pela razão e guiar pela verdade, respeitando a legalidade e o ordenamento jurídico que guia a sociedade”. É necessário, além disso, adotar uma postura de abertura, de respeito mútuo e de abandono das posições intransigentes para poder “obter soluções efetivas, duradouras e que busquem o bem comum, restituindo assim a esperança ao País”.
“O diálogo é urgente e diz respeito a todos, porque a Bolívia somos todos nós - continua a Mensagem -. Como Bispos, temos a responsabilidade de facilitar o encontro entre as partes contrárias e os responsáveis pela vida política e social do País. E é por este motivo que tivemos várias reuniões com as autoridades nacionais, departamentais, civis e instituições interessadas na paz”.
Mas para alcançar este diálogo, segundo os Bispos, são necessárias algumas atitudes concretas, como por exemplo: “abandonar a desconfiança e evitar o jogo duplo; deixar de lado os interesses setoriais e ideológicos; abandonar atitudes de desprezo, insultos, ofensas, ódios e vinganças; suspender as campanhas e as propagandas que continuam a desacreditar um setor mais do que outro através dos meios de comunicação social”.
Os Bispos reafirmam a sua firme vontade e o seu empenho de “continuar acompanhando o processo de diálogo, para que se alcance o pacto social tão esperado e desejado pelo nosso País” e, ao mesmo tempo, pedem a todos os cidadãos “que dediquem todos os seus esforços para criar um clima favorável ao diálogo, reconhecendo-nos e aceitando-nos como irmãos, dando sinais de compreensão e perdão e construindo pontos de proximidade e compreensão”.
Durante a Assembléia foram tratados também alguns fatos eclesiais importantes para a vida da Igreja na Bolívia. O primeiro deles é a renovação da evangelização, fruto da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe em Aparecida. Este fato levou à elaboração do novo documento “Lineamentos e diretrizes pastorais” que acompanhará o caminho da Igreja na Bolívia durante os próximos cinco anos. Foram celebrados também os cinqüenta anos de vida e trabalho da Pastoral Social Caritas Boliviana. Os Bispos agradeceram a Deus “pelo serviço de caridade que realizou pela promoção humana e a assistência aos mais pobres em todo o território nacional”. Finalmente, foi preparada a próxima visita “Ad Limina Apostolorum” em Roma, que os Bispos realizarão no mês de novembro.
(RG) (Agência Fides 9/4/2008)
