ÁSIA/ÍNDIA - Ainda não foi debelado o vírus da “cristãofobia”

Quarta, 2 Abril 2008

Goa (Agência Fides) - Episódios que se sucedem em diversos continentes, e em especial na Índia, fazem crer que ainda não foi debelado o vírus da “cristo-fobia”, afirma pe. Desmond de Sousa, sacerdote Redentorista de Goa, numa análise divulgada pela agência católica indiana Sarnews. O termo “cristo-fobia” foi criado por uma network surgida em Viena chamada “Europa para Cristo” e pretende descrever os fenômenos de “medo irracional e ódio em relação aos cristãos e à cristandade em geral, as manifestações de preconceitos anticristãos e a marginalização de indivíduos e comunidades que se professam fiéis de Cristo”.
No Ocidente a “cristo-fobia” pode ser representada pelo desaparecimento de símbolos cristãos da vida pública e pela difusão de comportamentos que contrastam com a moral cristã, por meio de uma cultura e uma mentalidade secularizada, que considera Deus irrelevante. Ou fica clara com a afirmação da “ditadura do relativismo”, freqüentemente citada por Bento XVI.
Na Índia e em outros países asiáticos, observa pe. De Sousa, os ataques a pessoas, prédios e símbolos cristãos estão ligados a outro fator: a crescente intolerância em relação ao pluralismo religioso e a uma sociedade multi-religiosa e multicultural; a afirmação de uma crença religiosa de uma maioria que despreza as comunidades religiosas das minorias.
Difundindo uma concepção totalitária da crença hindu, alguns grupos pretendem tornar a Índia um estado somente de religião hindu, considerando-a não só “mãe pátria”, mas também “terra santa”. Na ideologia deles, comunidades como os sikh, os cristãos e os muçulmanos possuem a sua “mãe pátria” em outro lugar e, sendo assim, não são bem-vindos. Além disso, eles procuram reafirmar o sistema, que durante séculos, dominou a cena na sociedade indiana, o sistema de castas.
O antagonismo em relação ao cristianismo - explica a análise de pe. Desmond - é motivado pela tentativa de estancar a hemorragia e as conversões dos dalit (os sem casta, que estão na base da pirâmide social) para a religião cristã, o que restitui a sua dignidade de homens e de filhos de Deus. Os grupos fundamentalistas temem a erosão do sistema de castas e a perda de privilégios sociais, culturais e políticos. Por isso, hostilizam também a obra de educação que muitos missionários e grupos cristãos levam adiante.
A “cristo-fobia”, adverte pe. De Sousa, corre o risco de se tornar um vírus global que aparece em diversas circunstâncias, áreas e ocasiões. A rejeição e a violência, por outro lado, foram sofridas pelo próprio Cristo na sua vida terrena.
(PA) (Agência Fides 2/4/2008)


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