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Kinshasa (Agência Fides)- O governo da República Democrática do Congo pediu à Comunidade de Santo Egídio que promova um encontro, a ser realizado em Roma, entre os representantes do governo congolês e os dirigentes das Forças Democráticas de Libertação de Ruanda (FDLR), o principal grupo rebelde hutu presente no leste do Congo, e há anos no centro de uma disputa entre Ruanda e RDC.
O encontro de Roma deveria servir para preparar uma reunião a ser realizada em Kisangani, no nordeste do Congo, entre as duas partes. O objetivo é convencer as FLDR a aderirem ao processo de desarmamento, iniciado por outros grupos ativos no leste do Congo, e a uma progressiva repatriação de seus militantes em Ruanda. Em janeiro último foi assinado em Goma um acordo de cessar-fogo entre todos os grupos armados que agem em Kivu (ver Fides 24/1/2008), mas as FDLR não aderiram aos entendimentos.
Segundo a imprensa congolesa, negociações estão em andamento e uma delegação do governo de Kinshasa veio a Roma, à sede da Comunidade de Santo Egídio, para discutir as condições do desarmamento e de repatriação em Ruanda das milícias armadas hutus ruandeses.
A delegação congolesa depois foi a Ruanda para discutir a questão. Segundo fontes da imprensa local, os rebeldes ruandeses estariam dispostos a depor as armas e retornar ao seu País, mas impuseram algumas condições: promoção de um diálogo inter-ruandês; garantias de segurança na sua volta à pátria; integração de seus componentes no exército, na administração pública ou na vida civil.
A presença dos rebeldes ruandeses é um dos principais obstáculos para a estabilidade do leste da República Democrática do Congo e, com freqüência, serviu de pretexto a uma ou a outra parte, para não se empenharem intensamente no processo de paz da região. Uma solução equânime e justa para esse problema representa um passo decisivo para garantir um futuro melhor a toda região dos Grandes Lagos. (L.M.) (Agência Fides 11/3/2008)
