AMÉRICA/BRASIL - Os Bispos contrários ao uso de células embrionárias na pesquisa científica: “trata-se de um ser vivo que não pode ser eliminado”

Quarta, 5 Março 2008

Brasília (Agência Fides) -. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ao final da reunião do Conselho Permanente, reafirmou a posição da Igreja contra a utilização de células embrionárias na pesquisa. Isso não significa “ser contrário à ciência ou ao progresso, mas sim a favor da vida”, afirmou o Presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha. Os Bispos do Conselho Permanente anunciaram que logo enviarão uma carta aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para manifestar a posição da Igreja, procurando “expor, como membros da sociedade brasileira, o nosso ponto de vista principalmente sobre uma questão como esta, que vai além da crença, da posição filosófica, da ideologia, ou do partido político”.
Segundo Dom Lyrio Rocha, “salvar uma vida e matar outra não é uma solução”. Isso não significa que a Igreja seja indiferente ao sofrimento das pessoas, continuou o Presidente dos Bispos brasileiros, porque ela “encoraja os cientistas a continuar em suas pesquisas para que doenças atualmente incuráveis possam ter cura”.
Os Bispos brasileiros anunciaram que pediram ao STF que declare inconstitucional o artigo da Lei de “Biosegurança”, que prevê o uso de embriões nas pesquisas científicas. “A Igreja chama a atenção nesse sentido, pois se trata de um ser vivo que não pode ser eliminado”. Além disso, a Igreja defende a vida humana que começa com a fecundação e é respeitada até a sua morte natural. Esta posição é reforçada pela Campanha da Fraternidade deste ano, que tem como tema “Fraternidade e defesa da vida” e como lema “Escolhe, pois, a vida” (ver Fides 6/2/2008).
Os Bispos também manifestaram a sua preocupação durante a reunião do Conselho Permanente para o crescimento da mobilidade humana. Segundo os dados do Setor Mobilidade Humana da CNBB, predominam principalmente os jovens entre a população emigrante. Além disso, muitos dos emigrantes hispano-americanos vivem no país sem documentos "submetidos muitas vezes a condições de trabalho subumanas". A Igreja está também preocupada com os refugiados que no Brasil são cerca de 35 mil de 59 nacionalidades. Destes, 30 por cento são mulheres.
Os Bispos, além disso, têm refletido sobre as próximas eleições. Durante a Assembléia Geral dos Bispos, que será realizada em Itaci de 2 a 11 de abril, os Bispos ofereceram algumas orientações para ajudar os eleitores na escolha do voto. Uma das ações propostas pela CNBB é a criação de Comitês de luta contra a corrupção eleitoral. (RG) (Agência Fides 5/3/2008)


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