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Santo Domingo (Agência Fides) - Como em outras ocasiões, a Conferência Episcopal Dominicana publicou uma Mensagem a todos os fiéis, por ocasião do dia da Independência Nacional, sobre o tema "A responsabilidade do leigo na vida pública", na qual lembram da importância da participação dos leigos em todas as áreas, incluive na política, de acordo com princípios éticos e morais. Em primeiro lugar, os Bispos recordam que todos os homens "são chamados a permanecer fortes diante do mundo, criando alternativas de esperança e de amor, sem ceder às ameaças e às tentações que ele lhes oferce”. Por isso, “ceder à ambição, ao desejo de vantagem pessoal, significa tornar-se cúmplice da opressão e da maldade”. Além disso, pelo fato de viver em sociedade, cada ser humano é por si próprio protagonista da comunidade e da família, o que exige a responsabilidade de todos. Mas todo serviço social, e de modo muito especial o serviço político, exige uma ética e uma moral pois "sem ética ou moral, o ambiente favorece a corrupção, a crescente iniquidade, o elevado índice de pobreza e exclusão dos marginalizados".
Os Bispos afirmam que "o serviço generoso para a comunidade na busca e na conquista do bem comum é a essência da política, e exige dos que estão no poder, sejam cristãos ou não, virtudes específicas como inteligência, capacidade de sacrifício, preparação, renúncia aos interesses próprios, objetivos elevados, nobreza, equanimidade, flexibilidade, dedicação, honestidade, humildade, simplicidade, maturidade, criatividade". Na política se deve portanto agir de acordo com critérios claros de empenho para a comunidade e o povo, buscando sempre o bem comum. "Até que não haja uma justa distribuição de riquezas, a eliminação da miséria e uma diminução da pobreza, não se pode falar de democracia plena e total" afirmam os Bispos.
Em relação à campanha eleitoral e às próximas eleições que acontecerão no país, os Bispos lançam um apelo para que a campanha seja feita com certa austeridade, sem desperdícios, principalmente "quando existem tantas necessidades prioritárias a serem resolvidas no país". Da mesma forma, chamam a atenção para a corrupção generalizada e a sua impunidade, que "agride a democracia e o estado de direito, permite as violações dos direitos humanos e o aparecimento do crime organizado, o terrorismo e outras ameaças à segurança". Aos eleitores recordam que votar é um direito e um dever, mas o voto “deve se basear em razões sólidas e honestas e não só em sentimentos ou interesses pessoais, de grupos ou partidos" e ressaltam que "a compra e venda de votos equivale à compra e venda de consciências".
Oferecem assim alguns critérios a serem levados em conta no momento de votar em um candidato, e reflexões práticas considerando "os princípios éticos e morais imutáveis e as leis e as normas que criam relações harmônicas entre nós". “Sentimo-nos todos responsáveis para construir uma pátria baseada em valores imutáveis. Que todo dominicano saiba assumir o desafio da ética que anda junto com o desenvolvimento e o empenho de ser coerente com a sua consciênza, diante da pátria, diante do exercício democrático de um voto livre e na criação de um clima de reflexão e oração que nos conduza e nos motive a procurar sempre o bem comum" termina a Mensagem dos Bispos. (RG) (Agência Fides 22/2/2008)
