VATICANO - O Papa no Ângelus: “Jesus manifesta aos Apóstolos a sua glória, para que tenham a força de enfrentar o escândalo da cruz, e compreendam que é preciso atravessar muitas tribulações para alcançar o Reino de Deus” - Apelo pelo Líbano

Cidade do Vaticano (Agência Fides) - O Evangelho das tentações de Jesus no deserto, no primeiro domingo da Quaresma, e o evento da Transfiguração, no segundo domingo, “antecipam o mistério pascal: a luta de Jesus com o tentador precede o grande duelo final da Paixão, enquanto a luz de seu Corpo transfigurado antecipa a glória da Ressurreição”. É o que destacou o Santo Padre Bento XVI, antes de rezar o Ângelus com os fiéis, na Praça São Pedro, domingo, 17 de fevereiro, segundo da Quaresma. “De um lado, vemos Jesus plenamente homem, que compartilha conosco até mesmo a tentação - prosseguiu o Papa - de outra, o contemplamos Filho de Deus, que diviniza a nossa humanidade”.
Após deter-se para explicar o significado da montanha (“é o lugar da proximidade com Deus; é o espaço elevado, em relação à existência cotidiana, no qual respirar o ar puro da criação; é o lugar da oração, no qual estar na presença do Senhor”), evidenciou que “a Transfiguração é um evento de oração; rezando a Jesus, nos imergimos em Deus, unimo-nos intimamente a Ele, aderimos com a própria vontade humana ao desejo de amor do Pai, e assim, a luz o invade e a verdade de seu ser aparece visivelmente: Ele é Deus, Luz da Luz”. Também as vestes de Jesus, que se tornam “cândidas e fulgurantes”, fazem pensar nas vestes brancas do Batismo: “Quem renasce no Batismo é revestido de luz, antecipando a existência celestial, que o Apocalipse represente com o símbolo das vestes cândidas”. Bento XVI destacou, em seguida, que “a transfiguração é antecipação da ressurreição, mas pressupõe a morte. Jesus manifesta aos Apóstolos a sua glória, para que tenham a força de enfrentar o escândalo da cruz, e compreendam que é preciso atravessar muitas tribulações para alcançar o Reino de Deus... Para entrar na vida eterna, é preciso ouvir Jesus, segui-lo no caminho para a cruz, levando no coração, como Ele, a esperança da ressurreição. "Spe salvi", salvos na esperança. Hoje, podemos dizer: “Transfigurados na esperança”.
Após a oração mariana do Ângelus, o Papa convidou a rezar pelo Líbano, com estas palavras: “Sigo com preocupação as persistentes manifestações de tensão no Líbano. Há quase três meses, o país não tem um Chefe de Estado. Os esforços para compor a crise e o apoio oferecido por numerosos expoentes de relevo da Comunidade internacional, não obtiveram algum resultado, mas demonstram a intenção de identificar um Presidente que o seja para todos os libaneses e assim, colocar as bases para superar as divisões existentes. Infelizmente, não faltam também motivos de preocupação, sobretudo por causa da incomum violência verbal ou daqueles que depositam sua confiança na força das armas e na eliminação física de seus adversários. Ao lado do Patriarca maronita e de todos os Bispos libaneses, peço-lhes que se unam à minha súplica a Nossa Senhora do Líbano para que encoraje todos os cidadãos desta querida Nação, e, em particular os políticos, a trabalhar com tenacidade em favor da reconciliação, de um diálogo realmente sincero, da pacífica convivência e do bem de uma pátria profundamente sentida como comum”.
(S.L.) (Agência Fides 18/2/2008)