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Manila (Agência Fides) - Um forte apelo à conversão, à renovação interior, para cultivar a fé, a esperança e a caridade, abandonando práticas amorais de violência e corrupção: é o conteúdo da Mensagem divulgada pela Conferência Episcopal das Filipinas para a vigília da Quaresma, no encerramento da 96ª Assembléia Plenária dos Bispos realizada em Manila.
Os Bispos convidam os fiéis a cuidar “do bem comum e do interesse geral da nação, e não só do próprio interesse”, para construir uma sociedade justa e fraterna, não alimentando o ódio, a intolerância e as tentativas de arruinar o governo em exercício, democraticamente eleito. Os Bispos também insistiram que é inútil tentar levar a Igreja na direção de qualquer facção política, em conseqüência dos apelos que diversos grupos da sociedade civil fizeram à Conferência Episcopal, pedindo apoio. A Igreja não apóia nenhum partido político e está simplesmente do lado da honestidade, da moralidade, de políticas que melhorem a vida da população e tragam o bem-estar aos mais pobres.
Na mensagem final da Assembléia, os Bispos recordaram os problemas estruturais que ainda incomodam o país, como a corrupção endêmica, assassinatos extrajudiciais, a falta da reforma agrária e da reforma do sistema eleitoral, a presença de oligarquias políticas e econômicas, a poluição. Diante destas questões, a Igreja convida todos a recitar um “mea culpa”: “É necessário perceber que todos nós contribuímos para o mal-estar geral, atendendo somente os nossos interesses pessoais e desinteressando-nos pelo futuro do país, ou permanecendo na apatia e no imobilismo”. A todos pedimos “um empenho mais intenso e respostas mais sábias em termos de responsabilidade civil e de bom governo, iluminados pela luz do Evangelho e pela Doutrina Social da Igreja”.
A Conferência Episcopal indica assim o caminho da Quaresma como um período adequado para cumprir um percurso de transformações pessoais e sociais, de autêntica conversão para cada um dos cidadãos, para os líderes políticos, e também para toda a comunidade, chamados a adquirir uma “consciência social” inspirada na busca do bem comum. Os fiéis são exortados a “orar juntos, pensar juntos, decidir juntos, agir juntos”.
A Quaresma, afirmam os Bispos, é um período útil para descobrir quais são os males próprios da sociedade. É um período para reconhecê-los e extirpá-los, voltando aos valores essenciais de respeito à vida e à dignidade humana. (PA) (Agência Fides 5/2/2007)
