Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Bogotá (Agência Fides) - “O mundo espera que a mulher cristã, com a audácia que lhe penetra o Espírito, tenha a audácia típica do apóstolo para ser discípula missionária de Jesus Cristo; que manifeste a firme decisão de defender a vida, a família, o matrimônio e a maternidade - aspectos, estes, que o feminismo dos anos 70 quer denegrir considerando-os erroneamente obstáculos para uma verdadeira promoção da mulher -; que continue a demonstrar que é uma defensora da paz e da justiça a fim de ajudar todas as mulheres a saírem de uma situação que não tem precedente”. Foi o que declarou Dom Luis Augusto Castro Quiroga, Arcebispo de Tunja e Presidente da Conferência Episcopal da Colômbia, na abertura da Assembléia Plenária dos Bispos da Colômbia que tem como tema o papel da mulher na Igreja e na sociedade (ver Fides 24/1/2008).
Segundo o Presidente dos Bispos Colombianos, “a mulher viveu a experiência da marginalização, reduzida a simples substituta do homem, sistematicamente desvalorizada e considerada até mesmo incapaz de tomar decisões relativas à comunidade”. Esta condição fez com que a mulher se rebelasse e reclamasse o seu verdadeiro valor diante do mundo. No entanto, o chamado movimento feminista não foi unânime nas suas escolhas. Segundo Dom Castro Quiroga, “há um feminismo que se distancia da visão cristã e se fecha em dicotomias rígidas de gênero ligadas ao determinismo biológico”. Existe, entretanto, também um “feminismo cristão” “que busca a dignidade da mulher em todas as áreas com base na profunda verdade do Evangelho. Este feminismo é um canto de vida e de esperança que brota no coração de cada mulher de fé”.
Por isso, os Bispos dirigem um apelo a todas as mulheres, “para que continuem a anunciar Jesus Cristo com a sua vida, as suas ações e as suas palavras, e oferecendo aquelas intuições femininas tão especiais sobre o Evangelho, que muitas vezes faltam aos mais espertos dos homens”.
Na sua palestra inicial, o Presidente da Conferência Episcopal Colombiana denuncia também a “ambígua campanha promovida pelo Ministério da Proteção Social e o comportamento de diversas ONGs que são muito ativas para o bem estar da mulher, o que é importante, mas se mostram completamente indiferentes diante da alegria no nascimento de uma criança”. Para o Arcebispo de Tunja, “as campanhas que acentuam o direito da mulher de ser dona do próprio corpo e assim eliminar com facilidade o ser que carrega no ventre, ignoram que aquele ser não é parte do corpo da mulher, apenas o hospeda por um momento”. É oportuno para o Bispo que as campanhas do Ministério da Proteção Social “sejam orientadas para ajudar a mulher a enfrentar de maneira positiva a sua gravidez, sem sacrificar a nova vida que cresce no seu ventre”. São visadas, portanto, todas aquelas decisões administrativas “tão contundentes no que diz respeito aos temas que tratam da saúde sexual e reprodutiva, como por exemplo a inserção da ‘pílula do dia seguinte’ e dos preservativos gratuitos no Plano Obrigatório de Saúde. É surpreendente esta escolha, principalmente porque somos testemunhas da gravidade do problema da saúde no nosso País”.
Na sua saudação inicial, o Presidente dos Bispos também recordou o iminente evento do centenário da Conferência Episcopal Colombiana e agradeceu pelo trabalho realizado ao longo desses cem anos, fazendo o convite para que se continue a agir a fim de aliviar as situações mais dolorosas da Colômbia. (RG) (Agência Fides 29/1/2008)
