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Havana (Agência Fides) - Na semana passada, na Casa sacerdotal San Juan María Vianney de Havana, aconteceu o encontro dos sacerdotes da OCSHA (Obra de Cooperação sacerdotal Hispano-americana). Participaram do encontro 103 sacerdotes espanhóis que trabalham como missionários em 20 países da América Latina. Muitos deles desenvolvem a sua obra naqueles territórios há mais de cinqüenta anos. O encontro foi aberto pelo Presidente da Comissão Episcopal das Missões e da Cooperação entre as Igrejas, Dom Ramón del Hoyo, acompanhado pelo Secretário da mesma Comissão, don Anastasio Gil, e pelo Presidente da ONG “Misión America”, Juan Robles.
Do ato de abertura participou também o Cardeal Jaime Ortega Alamino, Arcebispo de Havana que, nas saudações de boas-vindas, lembrou que os primeiros evangelizadores de Cuba foram espanhóis. Depois a fé foi sendo consolidada até o ponto de existirem hoje, na ilha, 11 Dioceses que possuem certa vitalidade, apesar de muitas pessoas terem emigrado.
O primeiro discurso foi o de Dom José Félix Pérez Riera, Secretário adjunto da Conferência Episcopal Cubana, que ofereceu um histórico da Igreja cubana dos anos 50 até hoje. Entre as informações significativas mostradas em seu discurso, estão a Revolução nacionalista de 1959 e a correspondente Declaração marxista-leninista de 1961, a expulsão de 161 sacerdotes e a da Igreja obrigada à clandestinidade. A Igreja cubana , no entanto, continuou o seu caminho gradualmente, com prudência e tenacidade. “A partir dos anos 80, foram elaborados uma série de planos pastorais, com percursos específicos de trabalho pastoral, postos em prática por sacerdotes, religiosos e religiosas de outras Igrejas, que foram para a ilha como missionários”. É o caso dos cerca de 20 sacerdotes diocesanos espanhóis que atualmente foram incorporados permanentemente na pastoral ordinária da Igreja cubana.
Segundo Dom Pérez Riera, a visita que o Servo de Deus João Paulo II fez a Cuba em 1989 foi “um momento de crescimento que levou, nos anos seguintes, ao aumento do número de sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos empenhados em processos de formação”. A impossibilidade de construir igrejas fez com que as comunidades cristãs fossem recebidas nas casas particulares,“onde é possível desenvolver um tríplice trabalho eclesial: a celebração da fé, a formação dos fiéis e a troca de bens no apoio aos necessitados”. Dom Pérez Riera recordou, além disso, que em fevereiro a Igreja de Cuba receberá a visita do Secretário de estado, o Cardeal Tarcisio Bertone, para comemorar os dez anos da visita de João Paulo II.
O tema do segundo discurso era a situação da Igreja na Espanha e foi feito por Dom Ramón del Hoyo, que deu uma visão dos principais fatos eclesiais que envolvem a pastoral da Igreja espanhola. Entre as principais preocupações manifestadas por Dom Ramón del Hoyo está o enfraquecimento da fé em alguns setores da sociedade e a diminuição das vocações missionárias. O Prelado lembrou também do grande interesse suscitado pelo encontro das famílias cristãs no último dia 30 de dezembro.
Ao longo do encontro, os missionários também se reuniram por Países de destino para refletir juntos sobre alguns objetivos principais e trocar entre si informações sobre a situação social e religiosa dos países em que trabalham. Os conteúdos das discussões serviram para redigir um plano de orientação para as ações missionárias promovidas pela OCSHA. O encontro foi concluído com a Co-celebração da Eucaristia presidida pelo Cardeal de Havana, Dom Jaime Ortega.
(RG) (Agência Fides 22/1/2008)
