ÁSIA/IRAQUE - Um Natal entre a precariedade e a esperança para os cristãos no Iraque, enquanto aumentam os desabrigados no Norte

Sexta, 21 Dezembro 2007

Bagdá (Agência Fides) - O Conselho dos Ministros iraquianos oficialmente declarou o dia 25 de dezembro de 2007, dia de festa pela ocorrência do Natal, que este ano acontece somente poucos dias após a festa islâmica do Sacrifício. Os cristãos no Iraque viverão o Natal como festa da esperança em um futuro melhor, apesar de estarem ainda amedrontados e oprimidos pelas ameaças de terroristas e integralistas.
Segundo a Igreja Caldéia, em Bagdá a situação está ligeiramente melhor desde a presença na cidade das tropas de guardas armados que patrulham os bairros e controlam os postos de controle, para garantir uma segurança eficaz.
Um sinal encorajador foi também a reabertura de duas igrejas em Dora: a Caldéia de São João Batista, e a de Mart Shmoni, pertencente à antiga a Igreja Assíria do Leste. Em Mosul e nas outras cidades iraquianas, disse o Bispo Caldeu, Dom Faraj P. Rahho, as celebrações natalinas acontecerão durante o dia para garantir a segurança dos fiéis.
No Norte do Iraque, ao contrário, a situação continua crítica. Os observadores internacionais apontaram deslocamentos forçados da população no Iraque setentrional causados pelos bombardeios incessantes por parte da Turquia. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados manifestou grande preocupação e enviou ajudas humanitárias urgentes para as novas colônias de refugiados, dentre os quais há muitos cristãos. Nos últimos dias mais de 1.800 pessoas (300 famílias) no protetorado de Erbil abandonaram suas casas. Os desabrigados foram deslocados para áreas mais seguras e disseram que dez vilarejos foram atingidos pelos bombardeios. Outras famílias estão deixando suas casas porque temem que o seu vilarejo possa ser bombardeado. As famílias desabrigadas, que deixaram tudo o que tinham nos vilarejos, transferiram-se para as casas de parentes ou de amigos. Já é inverno e as condições de vida são muito difíceis, especialmente para as famílias anfitriãs, que agora se ocupam de um número maior de pessoas. As organizações humanitárias enviaram bens de primeira necessidade e artigos não-alimentícios como cobertas, colchões, aquecedores, lanternas, tendas de plástico.
Um número total de 2,4 milhões de iraquianos estão desabrigados dentro de seu próprio país, enquanto outros 2,2 milhões de iraquianos fugiram para países limítrofes, principalmente para a Síria e a Jordânia. Há entre eles numerosos cristãos que passarão o Natal em condições precárias e com insegurança. (PA) (Agência Fides 21/12/2007)


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