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Gulu (Agência Fides)- Dom John Baptist Odama, Arcebispo de Gulu (norte de Uganda), foi reeleito Presidente da Iniciativa de paz dos Chefes religiosos Acholi (Acholi Religious Leaders Peace Initiatives ARLPI), em 13 de novembro, durante a reunião geral das ARPLI. O Arcebispo de Gulu é também consultor e observador na Missão de diálogo de paz de Juba, a localidade do sul do Sudão onde se desenvolvem as negociações entre o governo ugandense e os guerrilheiros do Exército de Resistência do Senhor (ERS).
Desde o ano 2000, as ARLPI reúnem os líderes religiosos católicos, anglicanos, ortodoxos e islâmicos da população acholi, a principal etnia do norte de Uganda. O ERS é essencialmente um movimento formado por acholi, assim como também pertence a esta etnia, a maior parte de suas vítimas. Os líderes religiosos procuram tratar as feridas espirituais produzidas em mais de 20 anos de guerra civil no norte de Uganda. Ao falar na Assembléia das ARLPI, Dom Odama pediu aos que estão empenhados no processo de paz para que continuem a trabalhar pelo bem de toda a comunidade local, agradecendo-lhes pelo trabalho realizado de 2000 até hoje.
O Arcebispo de Gulu também agradeceu ao enviado especial das Nações Unidas, o ex- Presidente moçambicano Joachim Chissano, ao governo ugandense e ao ERS pelos resultados até agora alcançados nas conversações de paz de Juba.
O governo de Kampala e o movimento de guerrilha estabeleceram no ano passado um acordo de cessar-fogo provisório, na expectativa de alcançar um entendimento definitivo. As negociações, no entanto, encontraram diversos obstáculos, também por causa de divergências na própria liderança do ERS. O número 2 do movimento, Vicent Otti, teria sido capturado (ver Fides 9/11/2007). Enquanto uma delegação do ERS, composta de expoentes exilados no Quênia e na Inglaterra, encontrou a população civil para pedir perdão pelas violências impostas (ver Fides 6/11/2007), a maior parte dos guerrilheiros permanece escondida nas florestas do nordeste da República Democrática do Congo e do sul do Sudão. Numa entrevista à Fides, Dom Odama disse que a população civil recebeu favoravelmente a missão dos representantes do ERS (ver Fides 12/11/2007).
A visita da delegação do ERS foi recebida como um passo importante para a paz pelo Conselho de Segurança da ONU. O enviado especial do Secretário Geral da ONU, Chissano destacou os últimos progressos feitos, em especial a assinatura de uma série de acordos sobre as responsabilidades do conflito e sobre a reconciliação. Chissano também alertou para o fato de que estão sendo consideradas formas alternativas para o envio à Corte Penal de Justiça (ICC) dos chefes do LRA: “Estão sendo considerados os requisitos para uma justiça alternativa à da ICC”. Os chefes da guerrilha não pretendem se sobrepor ao juízo da ICC e avançaram na proposta de serem julgados com base no sistema de justiça tradicional dos acholi. (L.M.) (Agência Fides 16/11/2007)
