EUROPA/ITÁLIA - Um computador para as crianças dos países em desenvolvimento na África, Ásia e América Latina

Roma (Agência Fides)- Há 40 anos da Encíclica Populorum Progressio, com a qual o Papa Paulo VI destaca a importância da educação para a justiça e o desenvolvimento, evidenciando o agravar-se da distância entre os países ricos e pobres, uma nova desigualdade atinge as populações mais pobres. É o chamado “abismo digital”, derivante da falta de acesso às modernas tecnologias de informação e de comunicação.
Uma das iniciativas para remediar essa situação é o programa “One Laptop per Child", que esteve no centro da Conferência “Audazes inovações no campo da educação”, realizada em 29 de outubro em Roma. Entre os palestrantes, havia o Cardeal Paul Poupard, Presidente Emérito do Pontifício Conselho para a Cultura, e o Prof. Nicholas Negroponte, fundador do Media Lab del MIT (Massachussetts Institute of Technology) e um dos promotores do "One Laptop Per Child Foundation". A iniciativa foi promovida pela Comissão Internacional de Justiça, Paz e Integridade da Criação, pela Comissão para a Educação, pelo SEDOS e pelo Secretariado para a Comunicação da Companhia de Jesus.
“A Conferência se inspirou nos 40 anos da encíclica Populorum Progressio do papa Paulo VI. O Cardeal Poupard, na época ainda um jovem monsenhor, foi quem apresentou o documento inovador, que destaca a importância da educação para a justiça e o desenvolvimento. O desafio do Papa mantém ainda a sua plena atualidade: “A situação presente deve ser enfrentada corajosamente e as injustiças que ela comporta deve ser combatidas e vencidas. O desenvolvimento exige transformações audazes, profundamente inovadoras”, afirma uma nota dos organizadores.
O projeto “One Laptop Per Child” visa a produção e a distribuição de laptops (computadores portáteis) a baixo custo (o objetivo era 100 dólares, mas foi revisto), para fornecer a cada criança do mundo, especialmente àquelas nos países em desenvolvimento, o acesso ao conhecimento e às modernas formas educativas, partindo de três idéias simples. A primeira é que somente preenchendo o enorme abismo cognoscitivo os países pobres podem se aproximar do desenvolvimento do mundo rico. A segunda é que esse processo deve partir da infância, ou seja, da educação de base. A terceira é que o computador é o principal veículo de transmissão dos conhecimentos. (L.M.) (Agência Fides 30/10/2007)