VATICANO - “A verdadeira alegria é radicada naquela liberdade que somente Deus pode doar”, afirma o Papa Bento XVI no final do Concerto oferecido em sua homenagem pela Orquestra Sinfônica e pelo Coro da Rádio da Baviera

Segunda, 29 Outubro 2007

Cidade do Vaticano (Agência Fides) - Na tarde de sábado, 27 de outubro, na Sala Paulo VI no Vaticano, a Orquestra Sinfônica e o Coro da Rádio da Baviera ofereceram um Concerto em homenagem ao Santo Padre Bento XVI. No final da execução da IX Sinfonia de Beethoven, o Papa expressou seu agradecimento a todos aqueles que contribuíram à realização do evento musical, e recordou a origem dessa composição sinfônica.
“Depois de anos de auto-isolamento e de vida retirada… - afirmou o Papa no seu discurso -, o compositor, já completamente surdo, no ano 1834 surpreende o público com uma composição que rompe a forma tradicional de sinfonia, e na cooperação entre orquestra, coro e solistas, se eleva a um extraordinário final de otimismo e de alegria... O arrebatador sentimento de alegria transformado aqui em música não é algo de leve e de superficial: é um sentimento conquistado com fadiga, superando o vazio interno de quem, da surdez, foi levado ao isolamento… A solidão silenciosa, porém, ensinou a Beethoven um modo novo de escuta que ia muito além da simples capacidade de experimentar na imaginação o som das notas que se lêem ou se escrevem. Mas se apresenta à mente, nesse contexto, uma expressão misteriosa do profeta Isaias que, falando de uma vitória da verdade e do direito, dizia: "Naquele dia, os surdos ouvirão o que se lê [ou seja, palavras somente escritas]; e os olhos dos cegos, livre da escuridão e das trevas, tornarão a ver" (cfr 29, 18-24). Acena-se, assim, a uma perceptividade que recebe em dom quem de Deus obtém a graça de uma liberação externa e interna.”
A seguir, Bento XVI recordou que, por ocasião da ‘queda do muro’, em 1989, o Coro e a Orquestra da Rádio da Baviera exibiram a mesma sinfonia, trocando o texto da "Ode à alegria" por "Liberdade, bela centelha de Deus", e destacou: “Expressaram, portanto, mais do que um simples sentimento do momento histórico: a verdadeira alegria está radicada naquela liberdade que somente Deus pode doar. Ele - às vezes justamente por meio de períodos de vazio e de isolamento internos - quer tornar-nos capaz de ‘sentir’ a sua presença silenciosa no íntimo da nossa alma. É ali que arde a centelha do amor divino que pode libertar-nos para aquilo que realmente somos”. (S.L.) (Agência Fides 29/10/2007)


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