Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Roma (Agência Fides) - “Digamos às vítimas do tráfico, especialmente mulheres e crianças: estamos ao seu lado, vocês não estão sozinhas. Lutamos com vocês para libertá-los da escravidão”. Assim, as participantes do primeiro Seminário Formação “Construir uma rede: o papel profético das religiosas na luta contra o tráfico de pessoas” - reafirmam seu compromisso em favor das vítimas do tráfico de seres humanos.
O Seminário, patrocinado pela União Italiana das Superioras Maiores (USMI) e pela Embaixada dos Estados Unidos junto à Santa Sé, realizou-se em Roma de 15 a 20 de outubro, reunindo, no 20o aniversário da abolição da escravidão, 33 religiosas pertencentes a 25 congregações que atuam há tempos no campo do tráfico de seres humanos, em 26 Países. Os temas em discussão foram: desenvolver e reforçar de modo significativo os mecanismos de trabalho em rede e as capacidades comunicativas entre as religiosas que enfrentam o tráfico de seres humanos (TIP) nos Países de origem, trânsito e destino; favorecer entre as participantes ocasiões de compartilhar seus métodos e estratégias, através da apresentação de relatórios de todos os países; desenvolver procedimentos e estruturas de comunicação para facilitar a difusão destas praxes de intervenção, que deram bons frutos; reforçar as capacidades nacionais e internacionais das religiosas em enfrentar o tráfico de seres humanos com pontos de vista multidisciplinares, políticos e estratégicos; oferecer novas oportunidades de formação profissional às religiosas.
No documento final, entregue à Agência Fides, recorda-se que “as estatísticas indicam que existem 800 Congregações e um milhão de religiosas católicas no mundo”. Com base nisso, foi criada a International Network of Religious Against Trafficking In Persons (INRATIP), rede internacional de Irmãs católicas que ajuda as vítimas da exploração de seres humanos e combate os traficantes. Irmã Bernadette Sangma, das Filhas de Maria Auxiliadora, apresentou uma breve ilustração sobre as diversas redes nacionais de religiosas já atuantes na África, Ásia, América Latina e Europa, para combater o triste fenômeno, frequentemente em colaboração com a Organização Internacional para as Migrações (IOM) e outros organismos internacionais.
Na conclusão do Seminário, Dom Pietro Parolin, Vice-Secretário da Secretaria de Estado do Vaticano para as relações com os Estados, agradeceu os participantes e reiterou o compromisso da Santa Sé em agir em todas as sedes para combater o tráfico de pessoas e em socorrer as vítimas: “Esta é uma questão crucial para a Santa Sé, que apóia quem luta contra o tráfico, que destrói não só a mulher, mas também a família, em todo o mundo”.
Estavam presentes no encontro religiosas provenientes de Albânia, Croácia, Polônia, Romênia, Eslovênia, Ucrânia, Bélgica, França, Alemanha, Espanha, Paises Baixos, Itália, Reino Unido, Canadá, México, Estados Unidos, Colômbia, Peru, Gana, Nigéria, África do Sul, Quênia, Austrália, Índia, Indonésia e Tailândia. (L.M.) (Agência Fides 22/10/2007)
