Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Santiago (Agência Fides) - Quarta-feira, 10 de outubro, começou a Primeira Assembléia Eclesial que reúne mais de 500 pessoas provenientes de todo o Chile, convocada pelos Bispos para expor o seu comentário sobre as grandes linhas inspiradoras das próximas Orientações Pastorais. Depois da Missa inaugural presidida pelo Cardeal Francisco Javier Errázuriz, Arcebispo de Santiago, foram iniciadas as sessões de trabalho presididas pelo Comitê Permanente da Conferência Episcopal do Chile, junto ao Núncio Apostólico Dom Aldo Cavalli. Entre as conclusões das primeiras discussões, os participantes destacaram a necessidade de reforçar a fé “porque constatamos que está debilitada”, e ao mesmo tempo recordaram que “somente a partir de um encontro profundo com Jesus Cristo germinará um espírito missionário mais consistente e permanente e um amor preferencial pelos mais pobres e excluídos”. Segundo os participantes, existe no país "um grande potencial evangelizador que não soubemos desenvolver o suficiente". Por isso, se adverte sobre a necessidade urgente de uma formação permanente e sistemática. O grande desafio "é ser uma Igreja muito mais presente no mundo de hoje. Cada um, na sua realidade diversa e particular, faz parte deste corpo."
Numa reflexão intitulada “Uma Igreja de discípulos e missionários”, quinta-feira, 11 de outubro, o Card. Francisco Javier Errázuriz, descreveu a experiência de comunhão vivida em Aparecida. Segundo o Cardeal, "Aparecida tem clara consciência da situação de incontáveis batizados cujo pertencimento à Igreja não se exprime em uma participação viva, nem na liturgia dominical, nem no acolhimento à Palavra de Deus; também do aumento do número de latino-americanos e caribenhos que não são batizados; sabe que um número importante de pessoas que foram batizadas na Igreja católica procurou resposta pela sede de Deus em outras confissões religiosas, geralmente em comunidades cristãs". Mesmo que o ardor missionário renasça em muitas comunidades, ele, no entanto, não acontece com a freqüência que seria desejável. Por isso, ficou claro que "andemos em direção a um despertar missionário em toda a nossa Igreja na América Latina e no Caribe, em que cada Juan Diego, chamado pelo seu nome, deve sair para evangelizar com a Bíblia nas mãos e com a imagem da Virgem Maria. Esta grande novidade de Aparecida tem como conseqüência que o Povo de Deus viva em estado de missão permanente".
Como explicou o Arcebispo de Santiago, "quase no início da preparação da V Conferência Geral, encontrou um eco favorável a proposta de não concluir a Conferência com um documento, mas sim na força do Espírito Santo, com uma ação missionária que implicasse a interiorização de todas as orientações pastorais e o empenho da Igreja em todo o Continente". Assim surgiu a idéia de concluir com uma Missão Continental, uma Missão que "quer abraçar todos os batizados e chegar ainda a todos que não conhecem Jesus Cristo". Para o Cardeal, tal Missão tem dois objetivos nas comunidades: "de um lado, um vivo despertar missionário que seja permanente, de outro lado prosseguir a interiorização da grande riqueza espiritual e pastoral, religiosa e humana, da experiência de comunhão e das orientações pastorais de Aparecida". Esta missão, uma vez que cada país tem planos e ritmos pastorais distintos, não pode ser homogênea, mesmo que possa haver alguns pontos em comum. Nesse sentido, os Presidentes das Conferências Episcopais se reuniram em março para planejar melhor os aspectos comuns da Missão.
A Primeira Assembléia Eclesial termina hoje, 12 de outubro, com uma Eucaristia solene no Santuário Nacional de Maipú presidida por Dom Alejandro Goic, Bispo de Rancagua e Presidente da Conferência Episcopal do Chile. (RG) (Agência Fides 12/10/2007)
