ÁFRICA/ZIMBÁBUE - Aprovada a lei para a entrega da maioria das propriedades das empresas estrangeiras aos “zimbabuanos”; preocupação com o futuro da economia nacional

Quinta, 27 Setembro 2007

Harare (Agência Fides)- O Parlamento do Zimbábue aprovou nesta quarta-feira um projeto de lei que garante o controle majoritário das empresas estrangeiras que atuam em seu território para os negros nativos do país.
O objetivo do projeto - que foi aprovado pela Câmara Baixa, mas ainda precisa passar pelo Senado - é assegurar uma fatia de no mínimo 51% das ações dessas empresas para a população negra do país.
O projeto de lei define os "nativos zimbabuanos" como aqueles que foram colocados em desvantagem "pela discriminação injusta baseada na raça antes da independência de 1980".
Essa lei complementa o polêmico processo de reforma agrária iniciado pelo governo em 1999, que desapropriou as terras de milhares de fazendeiros brancos.
Críticos do governo do presidente Robert Mugabe afirmam que essa reforma agrária provocou a crise econômica enfrentada pelo país nos últimos sete anos. O Zimbábue já foi uma das economias mais desenvolvidas da África, mas tem hoje a mais alta inflação do mundo, além de escassez de alimentos, combustível e moeda estrangeira.
Os críticos do Presidente Robert Mugabe afirmam que a nova lei é somente uma medida política pré-eleitoral, para atrair o consenso de uma população desesperada, colocando a responsabilidade pela crise econômica nas empresas e nos interesses estrangeiros.
Graças a um acordo entre o partido do Presidente (União Nacional Africana de Zimbábue -Frente Patriótico, ZANU-PF) e o principal partido de oposição (Movimento pela Mudança Democrática, MDC), o Senado aprovou uma emenda constitucional que permite a realização simultânea das eleições legislativas e presidenciais em 2008. O acordo foi alcançado graças à intervenção do Presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, que foi o encarregado da Comunidade de Desenvolvimento da África Meridional de mediar a crise política em Zimbábue. (L.M.) (Agência Fides 27/9/2007)


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