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Cidade do Vaticano (Agência Fides) - Não nos iludamos: a experiência do Senhor Jesus na vida, o sabor da sua presença pacificadora e restauradora, deve ser levada a sério! Acolher Jesus significa dar-Lhe sempre mais espaço na nossa existência mediante a verdadeira fé, que nos faz esforçamos profundamente no caminho da conversão pessoal, em todo estado de vida. Se o esforço de conversão é somente parcial significa que Jesus não é considerado o Senhor da vida, mas alguém que merece somente metade, somente parte do nosso coração e não a totalidade de todo o nosso ser.
Muitas vezes, o esforço em amar e servir o Senhor o reduzimos e o fragmentamos no tempo e, sem que percebamos, se faz impossível a admirável troca entre o seu Santo Espírito e o nosso, a partir do momento que se dificulta a ação constante e maravilhosa da graça santificante, que não admite obstáculos pecaminosos.
Deus gostaria de nos transformar a existência, gostaria de irradiar toda da sua Luz e, ao invés,… “os homens preferiram as trevas à luz, porque as suas obras eram más” (Jo 3, 19). O Evangelho nos mostra claramente que não é permitido seguir o Senhor de outro modo do que aquele que Ele mesmo comandou. Eis a necessidade da presença da santa Tradição na Igreja, porque aquilo que é verdadeiro, santo, sacro não é turbado pelo tempo que passa e pelos homens que passam pelo tempo. As verdades da fé, as exigências da “sequela Christi”, permanecem imutáveis nos séculos, como a Palavra de Deus; por isso não podem existir caminhos facilitados, óbvios, encurtados rumo à santidade. O Senhor não veio para iludir os homens, nem muito menos a vender uma mercadoria à melhor oferta!
O Senhor, contrariamente a nós, não é um oportunista. Os homens, não podendo mais suportar a força invencível da Verdade que emanava de toda a sua Pessoa, de toda sua palavra, de toda sua ação - sinal indelével de que Deus desceu sobre a terra e caminhava em meio deles -, o colocaram na cruz!
O Senhor Jesus, em força do mandato divino, não vem para negociar a salvação, mas Ele é a salvação, não vem para nos trazer um pouco mais de luz, mas Ele é a Luz; não vem para nos dizer alguma verdade a mais, mas Ele é a Verdade, toda a Verdade! Por isso não deixa espaços de incerteza sobre aquilo que nos pede: “Se alguém me ama, guardará minha palavra e o meu Pai o amará e a ele viremos e nele estabeleceremos morada” (Jo 14, 23).
O Senhor Ressuscitado, justamente porque tal, é digno de receber toda a nossa atenção e o nosso esforço, como afirma esse belíssimo trecho do Apocalipse: “Digno és tu, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, pois tu criaste todas as coisas, e por tua vontade elas não existiam e foram criadas” (Ap 4, 11).
À luz da Verdade que é o Senhor Jesus, também as provas da vida, pequenas ou grandes que sejam, adquirem um significado novo, que é também verificação concreta e precisa daquilo que é realmente orientado ao Reino de Deus e ao nosso coração. Quando cai sobre nós uma cruz, em qualquer situação nos encontremos, devemos dizer com são Paulo: “Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam” (Rm 8, 28). Tudo! Inclusive nas provas mais duras, se vividas com o Senhor - aderindo à sua palavra, crendo sem 'se' e sem 'mas' às promessas das bem-aventuranças -, experimentaremos que o céu fechado se abrirá a horizontes melhores e mais altos, a bens imensamente maiores daqueles que a própria prova vem a subtrair-nos aqui em baixo: a saúde, os afetos, as seguranças, os sonhos de realização humana, a fama, as honras…
Levando a sério o Senhor, no decorrer desta breve vida sobre a terra, significa poder-se unir no Céu ao número de todos aqueles “que passaram por meio da grande tribulação e lavaram suas vestes tornando-as cândidas com o sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus e lhe prestam serviço dia e noite no seu santuário; e Aquele que senta sobre o trono estenderá a sua tenda sobre eles. Não terão mais fome nem terão mais sede nem os cobrirá o sol, porque o Cordeiro que está em meio ao trono será seu pastor e os guiará às fontes das águas da vida. E Deus enxugará dos olhos toda lágrima” (Ap 7, 14-17). À frente deste exército de luz está a Rainha dos Santos que, no seu “testamento” aqui em baixo, nos deixou uma única encomenda: levem a sério meu Filho, “fazei aquilo que vos dirá” (Jo 2, 5)! (Agência Fides 26/9/2007)
