ÁSIA/VIETNAM - Exultação e espera na Igreja local pela causa de beatificação do cardeal François Nguyen Van Thuân

Hanói (Agência Fides) - Há uma grande alegria e exultação na Igreja vietnamita pela iminente abertura do processo de beatificação do cardeal François Nguyen Van Thuân, inesquecível apóstolo e pastor da Igreja no Vietnam, falecido em 16 de setembro de 2002. Nos próximos meses se abrirá a fase diocesana da causa de beatificação do cardeal vietnamita, ex-presidente do Pontifício Conselho «Iustitia et Pax». Foi nomeada postuladora do processo a advogada argentina Silvia Correale, que deverá juntar os documentos e ouvir as testemunhas que, em um segundo momento, serão convidadas a comparecer à Congregação para a Causa dos Santos.
O cardeal Van Thuân transferiu-se para o Vaticano depois de ter passado 13 anos nas prisões do Vietnam unificado, sob o controle das autoridades comunistas. Aquela experiência muito difícil e sofrida fez maturar em seu coração um grande testemunho de perdão evangélico e de «amor ao inimigo», que nos anos sucessivos influenciou a relação entre a Igreja e as autoridades comunistas do país.
O cardeal Van Thuân nasceu em Heu, no centro do Vietnam, foi ordenado sacerdote em 1953 e em 1967 bispo de Nha Trang, ao sul de Hanói. Em 1975 foi nomeado bispo coadjutor de Ho Chi Minh City, quando foi preso e depois liberado e forçado ao exílio em 1988.
Em âmbito local, a Igreja o olha como um ponto de referência. O vigário geral da diocese de Nah Trang, monsenhor Joseph Marie Tran Phuong, salientou que «o cardeal merece a glória dos altares porque foi um servo humilde que testemunhou a Boa Nova», recordando-o como «pessoa de grande coração e de fé profunda». Muitos fiéis na Igreja vietnamita, nas dioceses onde ele desenvolveu seu serviço pastoral como sacerdote e como bispo, o recordam com grande estima e afeto, reconhecendo sua contribuição para o crescimento espiritual da comunidade e pessoalmente de numerosos seminaristas, jovens, catequistas e de famílias.
François-Xavier Nguyen Van Thuân era um homem que «vivia de esperança». Esta foi para ele «a energia espiritual» que o permitiu de ser mais forte que a brutalidade de quem tentou curvá-lo e acabou fascinado e convertido. «É este o testemunho de fé que nos deixou este heróico pastor», afirmou Bento XVI, na audiência concedida recentemente aos membros do Pontifício Conselho Justiça e Paz, que o cardeal vietnamita foi chamado a presidir por João Paulo II, em 1998.
O nome do cardeal Van Thuân foi dado ao observatório instituído para promover a doutrina social da Igreja no âmbito internacional. Esta foi, recordou Bento XVI, uma atividade à qual o cardeal falecido em setembro se 2002 se entregou com fervor, demonstrando um particular interesse «pela evangelização de seu continente, a Ásia», sem que isto condicionasse a «capacidade que tinha de coordenar as atividades de caridade e de promoção humana», nos lugares «mais distantes da terra». (PA) (Agência Fides 21/9/2007)