ÁFRICA/ RD CONGO - “Milhares de congoleses continuam a fugir das violências no norte de Kivu” afirma o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados

Kinshasa (Agência Fides)- Milhares de cidadãos congoleses continuam a fugir da mais recente onda de confrontos entre forças do governo, rebeldes e milícias que rejeitaram a integração ao exército regular na província do norte de Kivu, na região oriental da República Democrática do Congo (veja Fides 6 de setembro de 2007). É o que afirma um comunicado do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (UNHCR).
Segundo dados do ACNUR, entre 25 mil e 35 mil refugiados congoleses passaram as noites de terça, 5 e quarta, 6 de setembro, na cidade de Bunagana, na província ocidental ugandense de Kisoro, no confim com o Congo. Durante o dia, a maior parte dos homens atravessou o confim, retornando à República Democrática do Congo, para controlar as próprias propriedades, deixando em Uganda cerca de 12-15 mil mulheres e crianças. Quase todos estão atualmente alojados junto a parentes e amigos congoleses que vivem em Bunagana.
Os agentes do ACNUR deslocados na província de Norte Kivu à RDC informam que milhares de congoleses fugiram da cidade de Sake e arredores, em direção do oeste de Goma, por causa dos intensos combates.
O número de refugiados continua a aumentar de dia em dia. As condições são desesperadas, e os refugiados se protegem em abrigos provisórios, construídos com folhas e galhos, dentro de escolas, ou são obrigados a dormir ao ar livre.
As difíceis condições de acesso à região são sempre mais difíceis e limitadas. O ACNUR teme que o êxodo seja somente a ponta do iceberg. No total, há mais de 640 mil desabrigados internos nesta província oriental da RDC.
Conversando com os recém-chegados, o ACNUR e as ONG’s parceiras identificaram casos de estupros e vítimas de me tortura. As equipes do ACNUR tiveram também notícia da morte de civis. Tais atos representam graves violações do direito humanitário internacional. (L.M.) (Agência Fides 8/9/2007)