Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Cidade do Vaticano (Agência Fides) - Quarta-feira, 5 de setembro, o Santo Padre Bento XVI realizou a habitual Audiência Geral das quartas-feiras na praça S. Pedro, oriundo da residência de Castel Gandolfo. Na sua catequese, o Papa ilustrou alguns aspectos da doutrina de São Gregório Nisseno, do qual já havia falado na quarta-feira precedente. “Primeiramente, Gregório manifesta uma concepção muito elevada da dignidade do homem - explicou Papa -. O fim do homem, diz o santo bispo, é tornar-se semelhante a Deus, e este fim se alcança sobretudo através do amor, do conhecimento e da prática das virtudes.”
A perfeição não é algo que se conquista para sempre, disse ainda Bento XVI, mas é “é uma contínua disponibilidade para seguir adiante, pois nunca se alcança a plena semelhança com Deus; sempre estamos a caminho. A história de cada alma é a de um amor que é cumulado em cada ocasião, e que ao mesmo temo está aberto a novos horizontes, pois Deus dilata continuamente as possibilidades da alma para torná-la capaz de bens sempre maiores”. No seu caminho de ascensão rumo a Deus, o homem deve continuamente purificar-se, tendo Cristo como modelo e mestre. Com efeito, “cristão é quem leva o nome de Cristo e, portanto, deve assemelhar-se a Ele também na vida. Nós, os cristãos com o Batismo, assumimos uma grande responsabilidade”, destacou o Santo Padre.
Um outro grande ensinamento de São Gregório Nisseno diz respeito ao amor pelos pobres: a vida do homem é como uma “ascensão a Deus na oração através da pureza de coração; mas ascensão a Deus também mediante o amor ao próximo. O amor é a escada que leva a Deus”. A partir do momento que todos dependemos de Deus, Gregório destaca: “Não penseis que tudo é vosso! Tem de haver também uma parte para os pobres, os amigos de Deus. A verdade, de fato, é que tudo procede de Deus, Pai universal, e que somos irmãos, e pertencemos a uma mesma estirpe”. O cristão, portanto, deve examinar-se, insiste ainda Gregório, sobre o seu jejuar e fazer abstinência das carnes: O que ganhas, ante Deus, pelo fato de não comer do teu, se depois, atuando injustamente, arrancas das mãos do pobre o que é seu? “Para avançar no caminho para a perfeição e acolher Deus em si, levando em si o Espírito de Deus, o amor de Deus, o homem tem de dirigir-se com confiança a Ele na oração”, destacou o Santo Padre, evocando este último aspecto dos ensinamentos do Nisseno. O Papa Bento XVI então concluiu a sua catequese recordando a validez do ensinamento de São Gregório: “Não podemos somente falar de Deus, mas levar Deus em nós mesmos. E o fazemos com o compromisso da oração e vivendo no espírito de amor por todos os nossos irmãos”.
No final da catequese, dirigindo-se nas diversas línguas aos fiéis presentes, o Santo Padre recordou o décimo aniversário da morte da Bem-aventurada Teresa de Calcutá. Aos missionários e às missionárias da Caridade, presentes com os colaboradores na praça s. Pedro, disse: “A vida e o testemunho desta autêntica discípula de Cristo, de quem justamente hoje celebramos a memória litúrgica, são um convite a vós e a toda a Igreja a servir sempre fielmente a Deus nos mais pobres e necessitados. Continuai a seguir o seu exemplo e sede por toda parte instrumentos da divina misericórdia”.
Por fim, o Papa dirigiu uma particular saudação aos participantes do Simpósio Internacional sobre o cuidado do ambiente do Ártico, que será aberto pelo Patriarca ecumênico de Constantinopla em 6 de setembro. Aos participantes - representantes de várias religiões, cientistas, jornalistas e expoentes das partes interessadas - o Papa garantiu o seu apoio. “A defesa dos recursos hídricos e a atenção para a mudança climática são temas de grave importância para toda a família humana”, disse Bento XVI, exortando a trabalhar por um maior respeito das maravilhas da criação de Deus. (S.L.) (Agência Fides 6/9/2007)
