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Dacca (Agência Fides) - Agrava-se a crise política que há muito tempo vive Bangladesh: Khaleda Zia, ex-premiê do país, foi detida pela polícia no decorrer de uma vasta campanha anticorrupção lançada pelo atual governo, guiado pelo ex-diretor do Banco Central de Bangladesh, Fakhruddin Ahmed, e apoiado por militares. Zia, 63, foi detida em sua casa junto ao filho, e o Tribunal rejeitou conceder-lhe a liberdade sob fiança.
Desde Janeiro, o país é governado por um executivo ad interim apoiado pelo exército, depois que as eleições foram anuladas devido às violências que eclodiram após recíprocas acusações de fraude entre o partido Awami League de Sheik Hasina e o partido Nacionalista de Bangladesh, ao qual pertence Zia. Desde então, cerca de 150 pessoas de alto escalão foram detidas por corrupção. Zia, acusada de favorecer um industrial num valor de 145 milhões de dólares, entrou na política no início dos anos 80, e em 1991 se tornou a primeira mulher a governar Bangladesh. As autoridades governamentais provisórias lançaram um ampla campanha contra a corrupção que reina no país asiático, depois da proclamação do estado de emergência em janeiro passado. Quem também recebeu uma medida de custódia foi também a ex-premiê Sheikh Hasina da Liga Awami, aliada de Zia nos tempos da ditadura e depois sua rival no sucessivo confronto democrático.
Bangladesh se encontra em uma situação política de impasse: está em estado de emergência pelo cancelamento das eleições parlamentares que haviam sido programadas para Janeiro de 2007, mas que foram anuladas após o acirramento do confronto político, já duríssimo. Recentemente, na semana de 22 a 27 de agosto, após manifestações de protesto e da rebelião dos estudantes, o governo impôs um toque de recolher em seis cidades e realizou uma série de detenções entre homens políticos, acadêmicos e jornalistas. Segundo especialistas, o governo transitório está tentando se livrar da velha liderança política para renovar a classe dirigente do país. (PA) (Agência Fides 4/9/2007)
