VATICANO - As orações do cristão em todas as línguas: húngaro (II) - As raízes cristãs dos Povos da Europa

Quarta, 18 Julho 2007

Cidade do Vaticano (Agência Fides) - A cristianização da Hungria. Vajk (ou Vaïk, do seu verdadeiro nome), filho de Géza, duque dos Magiares, se converteu com seu pai ao catolicismo por voltar dos dez anos de idade (985) e recebeu como nome de batismo Estevão (István em húngaro). Foi educado por Adalberto de Praga e pelos seus discípulos, que organizam a Igreja húngara. Casou-se com a filha do duque Henrique II de Baviera, Gisela, também ela considerada santa (final de 995, primeiros meses de 996), e se torna duque dos Magiares após o falecimento de seu pai, em 997.
Depois de ter sedado uma revolta da aristocracia magiar guiada pelo chefe Koppany (998), Estevão foi consagrado rei da Hungria no dia de Natal do ano 1000, com uma coroa enviada pelo Papa Silvestre II (esse gesto lhe valeu a qualificação de “Rei apostólico”) e com o consenso do imperador germânico Otoni III. A coroa foi levada pelo legado Aserik, ou Anastásio, futuro Bispo de Esztergom. Um outro prelado, Domonkos, primeiro Bispo húngaro, participou da cerimônia. Primeiro rei da Hungria da dinastia arpadiana, Santo Estevão I da Hungria (ou Szent István) se tornou assim o fundador do Reino da Hungria. Estevão defendeu a independência da Hungria contra os vizinhos búlgaros e o imperador Conrado II, o Sálio, (se declaro vassalo da Santa Sé). Ele impôs o cristianismo na Hungria: acolheu os missionários e teve que frequentemente combater contra os magiares pagãos, como durante a revolta conduzida pelo chefe Ajtony (por volta de 1003). Ele criou algumas Arquidioceses (Kalocsa e Esztergóm) e oito Dioceses. O rei Estevão fez depois grandes doações às igrejas e aos mosteiros.
A cristianização do país foi lenta e cheia de obstáculos: os húngaros tiveram que abandonar seu xamanismo primitivo, aceitar o batismo sob a ameaça das armas, alguns decretos reais os obrigam a construir igrejas, a freqüentar as funções e a prover à manutenção dos padres. Estevão mandou vir eclesiásticos como Gellert de Veneza, educador do rei e Bispo de Csanad, célebre escrivão e criador de escolas para os Grandes do Reino.
Pouco depois da morte di Estevão, iniciaram as sinalizações de milagres de cura, que teriam ocorrido nas proximidades de seu túmulo. Estevão foi canonizado pelo Papa Gregório VII em 1083 como Santo Estevão da Hungria. Os cristãos o veneram como santo Padroeiro da Hungria. A sua festa litúrgica é em 16 de agosto, mas na Hungria a festa principal dedicada a ele é em 20 de agosto, dia em que os seus restos foram transferidos para Buda, e também o dia em que teria sido coroado rei. Esposo de uma santa, pai de um santo (Emeric), é ele mesmo reconhecido como santo. A Imperatriz Maria Teresa Ia da Hungria instituiu em sua homenagem, em 1764, a Ordem de Santo Estevão .
A principal relíquia de Santo Estevão é a sua mão direita (“a sagrada direita”), que é levada em procissão por ocasião da festa de 20 de agosto. A história da mão direita teve início quando um monge a roubou, no próprio mosteiro, depois de amputá-la e subtraí-la do túmulo de pedra em que os restos do Rei haviam sido transferidos para maior segurança durante o período de revoltas depois da sua morte. A mutilação foi descoberta em 1083, quando o rei Ladislau I ordenou a exumação do corpo por ocasião da santificação decidida pelo Papa. Narra-se que para recuperar a mão, sem a qual (segundo a legenda), o corpo não poderia ser canonizado, o próprio Ladislau, fingindo-se peregrino, foi até o mosteiro. Durante o período da dominação turca perderam-se os vestígios da mão. Séculos depois, foi reencontrada na cidade dálmata de Ragusa, e pôde regressar à Hungria graças à Imperatriz Maria Teresa, que a confiou a um convento. A seguir, foi transladada para a basílica de Santo Estevão, em Budapeste, onde ainda hoje está custodiada. (continua) (J.M.) (Agência Fides 18/7/2007)


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