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Maldonado (Agência Fides) - O Bispo de Maldonado, Dom Rodolfo Wirz, apresentou uma Carta Pastoral na qual convida as suas comunidades a “começar todos dias novamente e em casa a aprender a ser discípulos e missionários, para que, assim, toda a Igreja, na nossa pátria e no continente, ofereça o melhor serviço que é a sua fidelidade ao Evangelho".
Nesta Carta Pastoral, o Prelado renova a sua proposta de "implementar iniciativas em favor da família tão necessitada de apoio, a partir da prioridade diocesana deste ano: Evangelizar a partir da família”. Neste sentido, o Bispo recorda o fundamento e a motivação "daquela realidade que chamamos discípulos e missionários e como concretizá-la em pequenas coisas, ‘começando pela própria casa', para que as coisas importantes, iluminadas pelos grandes modelos existentes inclusive no continente latino-americano, possam ter raízes na nossa vida concreta e fazer-nos crescer na fidelidade ao Evangelho".
Entre as coisas importantes, o Bispo aludiu à Mensagem dos Bispos do Uruguai ‘Em defesa da vida humana’ de 6 de julho passado, recordando que o tema do aborto "é um tema que não é negociável, porque se trata do direito à vida de cada ser humano, vida que defendemos para além de uma motivação religiosa, com todos os cidadãos fiéis, agnósticos ou ateus com sensibilidade humanista". "Se não defendermos a vida de todo ser humano por ser tal, não há nenhuma garantia para todos os outros direitos", afirma Dom Wirz.
Na primeira parte da Carta Pastoral, o prelado fala daquilo que implica ser “Discípulos e Missionários”, explicando que “cada discipulado é iniciativa d’Ele... Ninguém pode escolher-se e convocar a si mesmo para este chamado, mas é fruto da oração". A missão deve nascer sempre da oração e da conversão, porque é justamente naquela oração onde “descobrimos juntos o chamado da Igreja, o envio que contemporaneamente nos faz missionários".
Consciente da complexidade da vida atual, o Bispo de Maldonado sugere alguns conselhos práticos, para que “a reflexão, que parece teórica, aterre nas nossas famílias”. “Não são ‘receitas” que pretendem garantir a nossa perseverança, mas sim conselhos de importância vária e que nascem da minha experiência primeiro como sacerdote e agora como Bispo”, garante Dom Wirz. Entre esses conselhos, o Bispo pede que se mantenha visível em todas as casas algum objeto religioso, porque “na nossa sociedade secularizada devemos recordar em casa a dimensão religiosa; do contrário, esta será ‘cancelada’ da nossa percepção cotidiana". Além disso, pede para ter a Bíblia e usar a Palavra de Deus todos os dias. Recorda, portanto, a importância da oração na família, por exemplo, no momento da refeição, nos aniversários, em momentos particulares, inclusive em momentos difíceis, durante o mês de Maria, afirmando que a oração do Terço continua sendo, por vários motivos, sempre atual.
Um outro conselho oferecido por Dom Wirz se refere à atenção aos enfermos e às pessoas anciãs, dos quais devemos cuidar não somente da sua saúde física, mas também daquela espiritual, como uma obra de caridade, acompanhando-os com a oração e facilitando sua participação aos sacramentos. Deve viver-se também em família a Eucaristia dominical e realizar visitas ao Santíssimo sacramento durante o dia. "Apesar de vivermos em uma sociedade radicalmente secularizada, podemos reunir-nos em nome do Senhor, ao contrário daqueles que também no nosso século XXI são perseguidos, condenados e mandados para a prisão por reunir-se como Igreja na oração ou celebração" e devemos convidar, além disso, outras pessoas a se aproximarem de nós como “um gesto necessário para despertar consciências adormecidas". (RG) (Agência Fides 16/7/2007)
