ÁFRICA/COSTA DO MARFIM - “Sabemos quem cometeu o atentado” - afirma o Premiê marfinense, que pede um inquérito internacional sobre os fatos de Bouaké

Abidjã (Agência Fides) - “Sabemos quem cometeu o atentado. Existem pistas, mas não querem antecipar o inquérito” - disse à imprensa o Primeiro Ministro marfinense, Guillaume Soro, que saiu ileso do atentado no aeroporto de Bouaké, no norte do país, quando desconhecidos atacaram com mísseis seu avião, que havia aterrissado pouco antes. No atentado, morreram 4 pessoas da delegação governamental, enquanto o Premiê ficou ileso. Soro, líder das Forças Novas, ex-rebelião que controla o noroeste do país, foi nomeado Primeiro Ministro de um governo de unidade nacional, com base nos acordos de Uagadugu (Burquina-Fasso), assinados em 4 de março (veja Fides 5 de março de 2007).
O acordo prevê a reunificação territorial e a administração estatal em toda a Costa do Marfim. Bouaké é a sede das Forças Novas, e alguns comentadores avançaram a hipótese que o fracassado atentado seja obra de um grupo dissidente dos ex-rebeldes, que acusam Soro de barganhar a sua causa para alcançar um acordo com o Presidente Laurent Gbagbo.
Após o atentado, o Premiê convidou a população à calma e reiterou que o processo de paz irá adiante. O Primeiro Ministro pediu também um inquérito internacional para apurar a verdade sobre o episódio de Bouaké. A exigência é ligada à polemica sobre a falta de segurança no aeroporto, onde estão presentes seja militares franceses da “Force Licorne” como os Capacetes Azuis da Missão ONU na Costa do Marfim, aos quais se somam membros das Forças Novas. Até agora, ninguém assumiu a responsabilidade da segurança do aeroporto, enquanto a imprensa acende a polêmica sobre o ocorrido. Para prevenir novos incidentes, as autoridades marfinenes adotaram novas medidas de segurança em todos os aeroportos do país. Em especial, a responsabilidade exclusiva dos aeroportos ficou a cargo das Forças de Defesa e de Segurança Marfinenses.
(L.M.) (Agência Fides 5/7/2007)