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Roma (Agência Fides) - Como a cada ano, celebra-se hoje, 20 de junho, o Dia Mundial do Refugiado, ocasião para levar à atenção da opinião pública a dramática condição dos refugiados: milhões de pessoas em todo o mundo obrigadas a abandonar suas casas e terras por causa de guerras, violências e perseguições. Este ano, o tema escolhido pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) é a intolerância.
Infelizmente hoje, estas pessoas são frequentemente vitimas de instrumentos hostis, que por vezes transformam-se em racismo e xenofobia, mesmo nas sociedades mais desenvolvidas. Os refugiados encontram-se na condição de enfrentar, além da intolerância que os obrigou a fugir, uma nova intolerância no país de asilo, que ameaça sua integração e torna suas vidas ainda mais difícil.
Para a ocasião, o ACNUR na Itália organizou uma conferência, em Roma, da qual participaram expoentes do governo, do mundo acadêmico e da sociedade civil, refugiados e pessoas que aguardam o asilo. Durante o evento, foi lançada a campanha de sensibilização “A intolerância isola você”, e foi celebrada a cerimônia de premiação da primeira edição do Prêmio “Por mares - à coragem de quem salva vidas humanas”.
Segundo o relatório “Global trends - Tendências globais 2006”, recém-publicado pelo ACNUR, um significativo aumento de refugiados foi registrado desde 2002, devido principalmente à situação no Iraque. Em fins de 2006, mais de 1,5 milhões de iraquianos foram obrigados a buscar refúgio em outros países. Em 2006, o grupo mais numeroso de refugiados sob a competência do ACNUR continuou sendo o dos afegãos, com 2,1 milhões, seguido pelos iraquianos, com 1,5 milhões, dos sudaneses, com 868 mil, somalis, com 460 mil e pelos refugiados da República Democrática do Congo e do Burundi (cerca de 400 mil de cada).
Os dados confirmam um aumento de 14% no número de refugiados sob competência da Agência. Em 2006, quase duplicou, passando de 6,6 para 12,9 milhões, o número de deslocados internos protegidos ou assistidos pelo ACNUR, causa principal do forte aumento do número de pessoas sob competência da Agência, que passaram de 21 milhões em 2005 para quase 33 milhões em 2006.
Todavia, prossegue o ACNUR, os primeiros dados de 2007 demonstram um acréscimo do número de refugiados iraquianos, que seriam pelo menos 2,2 milhões apenas nos países da região. Dos dados da Agência Onu excluem-se os cerca de 4,3 milhões de refugiados palestinos que estão em Jordânia, Líbano, Síria e nos Territórios Palestinos Ocupados, de competência da Agência das Nações Unidas para o socorro e a ocupação dos refugiados palestinos no vizinho Oriente. (Unrwa). A soma do número de refugiados de competência das duas agências totaliza mais de 14 milhões.
Além dos refugiados, o ACNUR se ocupa já há diversos anos de grupos específicos de deslocados internos, os Idp (Internally Displaced People). Também o número total de pessoas identificadas como apólides, ou seja, sem cidadania, em 2006, quase duplicou, alcançando 5,8 milhões.
O relatório completo ‘2006 Global Trends - a statistical overview of refugees, asylum seekers, internally displaced and stateless persons’ está - em inglês - no site: www.unhcr.org (AP) (20/6/2007 Agência Fides)
