ÁSIA/TIMOR LESTE - Continua a crise dos refugiados: a Igreja apela às autoridades civis

Sexta, 8 Junho 2007

Dili (Agência Fides) - A crise dos refugiados em Timor Leste parece não ter uma solução rápida: “Nos 51 campos da capital, Dili, estão hospedados cerca de 30 mil deslocados, e outros 70 mil se transferiram a outros distritos, para viver com parentes ou em pequenos acampamentos. Embora isto represente uma redução do número total, a situação influi de modo grave nas infra-estruturas da jovem nação” - explicou o diretor do Jesuit Refugee Service Austrália, David Holdcroft SJ.
A situação se degenerou há mais de um ano atrás: em março de 2006, o descontentamento de alguns elementos das forças armadas se transformou em violência, o que colocou seriamente em risco a ordem e a legalidade. Em fins de maio do mesmo ano, foram deslocados a Timor Leste mais de 2 mil agentes da polícia australiana, neozelandesa e portuguesa, além de um contingente de agentes de peacekeeping. Muitos foram sucessivamente substituídos por agentes da ONU.
“Resolvida a crise política, muitos esperavam que os deslocados teriam retornado a suas casas. Agora, porém, o governo e as ONG perceberam que as causas das desapropriações são muito mais complexas e profundas. É preciso encontrar soluções para velhas controvérsias inter-geracionais sobre a posse das terras, a pobreza e o alto índice de desemprego” - acrescentou pe. Holdcroft.
Muitas famílias focaram sem casa e terra, e precisam de alguma forma de alojamento. A desapropriação nos distritos suburbanos determinou uma enorme pressão sobre as comunidades menores e pode causar novos conflitos e êxodos.
A Igreja local pediu às autoridades civis que tomem providências adequadas e que dediquem recursos para resolver a crise dos deslocados. O JRS, muito engajado no território, ao lado dos Salesianos e de outras organizações não-governamentais, atua na ilha de Timor desde 1999.
(PA) (Agência Fides 8/6/2006)


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