Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Aparecida (Agência Fides) - "Na conclusão da Conferência de Aparecida, no vigor do Espírito Santo, convocamos todos os nossos irmãos e irmãs, para que unidos, com entusiasmo, realizemos a Grande Missão Continental. Será um novo Pentecostes, que nos levará a ir de modo especial à procura dos católicos afastados e daqueles que pouco ou nada conhecem de Jesus Cristo, a fim de formar, com alegria, a comunidade de amor de Deus, nosso Pai. Missão que deve chegar a todos, ser permanente e profunda”: é esta a Mensagem lançada aos povos da América Latina e Caribe pelos Bispos reunidos no Santuário de Aparecida, na conclusão da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e Caribenho.
Segundo afirmam os próprios Bispos, os trabalhos foram a “continuidade do caminho de renovação percorrido pela Igreja católica desde o Concílio Vaticano II e as precedentes quatro Conferências Gerais”. Na Mensagem, recorda-se que todos os fiéis são chamados a ser discípulos, isto é, a seguir o Senhor pelos caminhos do Evangelho, e isto exige “uma decisão clara por Jesus e seu Evangelho, coerência entre fé e vida, encarnação dos valores do Reino, ser sinal de contradição e novidade, num mundo que promove o consumismo e desfigura os valores que tornam o ser humano digno”. Como discípulos, continua a Mensagem, “abrimos caminhos de vida e de esperança para nossos povos, que sofrem o pecado e todo tipo de injustiças”.
Além de ser discípulos, todos são chamados a ser também missionários, e deste modo, ser “fonte de renovação de nossa pastoral no Continente e ponto de partida para a Nova Evangelização de nossos países”. Neste sentido, reafirmou-se na V Conferência o compromisso com a formação dos discípulos e missionários, propondo uma maior atenção às “etapas do primeiro anúncio, da iniciação e do amadurecimento na fé”.
“Ser missionário - recordam os Bispos - é ser anunciador de Jesus Cristo com criatividade e audácia em todos os lugares nos quais o Evangelho ainda não foi suficientemente anunciado ou acolhido, em ambientes difíceis e esquecidos, além de nossas fronteiras”. Não se pode ser missionários apenas com a palavra, “mas, sobretudo, com a própria vida, doando-a ao serviço, até o martírio”.
A serviço do povo de Deus, os Bispos se comprometem em “defender os mais fracos, especialmente as crianças, os enfermos, os portadores de deficiências, jovens em situação de risco, anciãos, encarcerados, imigrados... a dar sua contribuição para garantir condições de vida digna para todos.... a combater os males que prejudicam ou destroem a vida, como o aborto, as guerras, o seqüestro, a violência armada, o terrorismo, a exploração sexual, o narcotráfico”. Convidam todos os governantes das nações da América Latina a “defender a verdade e a proteger o inviolável e sagrado direito à vida e à dignidade do ser humano, desde sua concepção até seu fim natural”.
“Com o fogo do Espírito Santo - continua a Mensagem - avançamos construindo com esperança a nossa história de salvação, no caminho da evangelização, contando com tantas testemunhas, mártires, santos, e bem-aventurados em nosso continente. Com seu testemunho, nos demonstraram que vale a pena ser fiel, e é possível fazê-lo até o fim”.
Os Bispos concluem a Mensagem manifestando o desejo de “ser uma Igreja viva, fiel, e crível... viver o nosso ser cristão com alegria e convicção.... promover um laicato maduro... solicitar a participação ativa da mulher... manter com renovado esforço nossa opção preferencial e evangélica pelos pobres... fortalecer com audácia a pastoral da família e da vida.... estimar e respeitar os povos indígenas e afro-descendentes”. “Que este Continente da esperança seja também o Continente do amor, da vida e da paz!” - conclui o texto. (RG) (Agência Fides 31/5/2007)
