Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Madri (Agência Fides) - O Arcebispo Henryk Hoser, Secretário Adjunto da Congregação para a Evangelização dos Povos e Presidente das Pontifícias Obras Missionárias (POM), em seu pronunciamento nos Dias Nacionais dos Delegados das Missões, e por ocasião da Assembléia Geral dos diretores diocesanos das POM da Espanha (vide Fides 21/5/2007) recordou o percurso da Encíclica ‘Fidei Donum’ de Pio XII, da qual se celebra o 50o aniversário.
A Encíclica, como recordou Dom Hoser em 22 de maio, dirige-se aos Bispos de todo o mundo para recorda-los a universalidade da missão e a responsabilidade de todo cristão de irradiar a fé que recebeu. O Presidente das POM destacou os dois pólos ao redor dos quais esta encíclica missionária se articula: o pólo da fé, verdadeiro motivo do empenho missionário e do ser missionário, e o pólo antropológico, o empenho de todo cristão que, seguindo o exemplo de Jesus, não pode permanecer indiferente diante da situação do mundo, principalmente da África. Por isso, recordou que “a primeira exigência que o Senhor apresenta a seus discípulos é olhar e saber estimar o ambiente de vida, as forças disponíveis, a de estar alerta e saber ler com inteligência os sinais dos tempos”. Dom Henryk Hoser ressaltou, em seu relatório, o brilho e a atualidade da visão dos desafios e dos problemas que Papa Pio XII tinha, 50 anos atrás, do continente africano, problemas que infelizmente não mudaram.
Durante os trabalhos de quarta-feira, 23 de maio, foram apresentadas algumas instituições missionárias, como a OCSHA (Obra de Cooperação Sacerdotal Hispano-americana), a Ong "Misión America" e o SCAM (Serviço Unitário de Animação Missionária). Dom Anastasio Gil, presidente do Secretariado da Comissão Episcopal para as Missões e a Cooperação entre as Igrejas, Vice-diretor das POM e Presidente da ONG "Misión America", explicou aos participantes a origem, natureza e história desta organização, fundada em novembro de 1993. No último período, ajudaram 233 projetos pastorais, equivalentes a uma ajuda monetária de 455.636,29 euros, destinados a Peru, Argentina, Venezuela, Brasil, Espanha, Uruguai, Bolívia, Equador, Honduras e Chile. Em relação a projetos sociais, foram aprovados 114 projetos, totalizando 3.691.035,93 euros, devolvidos a projetos em 19 países da América Latina e 5 na África.
Pe. Laureano Rojo, Superior Provincial dos Combonianos na Espanha e Presidente do SCAM (Serviço Unitário de Animação Missionária), ilustrou o dever missionário realizado através da pastoral ordinária da diocese e a importância de sua presença como testemunho e como animação missionária - trata-se de um serviço eclesial em prol das Igrejas locais. A razão principal da presença do SCAM na Espanha é a sensibilização, animação e formação missionária do Povo de Deus. Aderem atualmente ao SCAM 11 congregações femininas, 8 congregações masculinas, a OCASHA (Obra de Cooperação Sacerdotal Hispano-americana) e o IEME (Instituto Espanhol das Missões no Exterior).
Durante o dia de quinta-feira, 24 de maio, último dia do Encontro, Pe. Vito del Prete, Secretário Geral da Pontifícia União Missionária, falou sobre o tema “Todas as Igrejas para todo o mundo”, afirmando que o tema do Dia Mundial das Missões será concentrado justamente no lema que constituiu o conteúdo e o título do Congresso Internacional sobre os "Fidei Donum", que teve lugar em Roma, no início do mês de maio. “É um tema que o Papa indicou e escolheu - continuou Pe. Vito - para comemorar, relançar e atualizar a realidade missionária dos "Fidei Donum", que é a expressão mais compreensível, imediata e eficaz da responsabilidade de todas as Igrejas diante do mandato missionário de Cristo”.
Este tema pode se traduzir assim: “À Igreja, a todas as Igrejas particulares e a todos na Igreja, foi confiado o dever de evangelizar as Gentes até o extremo confim da terra”. Assim, os elementos que definem o conteúdo do Dia Mundial das Missões são: “Todas as Igrejas - Todo o Mundo. Trata-se da universalidade da missão que Cristo confiou à sua comunidade: universalidade dos missionários e universalidade dos destinatários da evangelização”.
Em sua palestra, Pe. Vito recordou a responsabilidade de todas as Igrejas locais em participar da missão ad gentes da Igreja universal, porque “as missões no exterior não podem ser tarefa de poucos homens ou instituições”. “A fé se fortalece ao ser oferecida. Se uma diocese, ou uma comunidade cristã, não se colocam no caminho da evangelização, deparam-se com uma crise de fé”. Compete ao Bispo “ver em sua Igreja particular a imagem da Igreja ‘universal’, porque a una e única Igreja católica se constitui nas Igrejas locais”. Portanto, pode-se afirmar que “a missio ad gentes” é parte constitutiva da Igreja local, porque é fundamental para toda a existência cristã”. (RG) (Agência Fides 25/5/2007)
