ÁFRICA/ANGOLA - Nasce a associação de produtores africanos de diamantes

Terça, 8 Maio 2007

Luanda (Agência Fides) - A organização que reúne os produtores africanos de diamantes ADPA (African Diamond Producers Association), fundada em novembro de 2006, faz seus primeiros passos. Em fins de abril, a organização promoveu sua primeira reunião em Luanda, capital de Angola, onde se situa sua sede. O encontro teve o objetivo de discutir aspectos organizativos e financeiros da organização. O orçamento da AADPA para 2007 é de 1,3 milhões de dólares.
O objetivo da organização é coordenar as políticas diamantíferas continentais e criar novos postos de trabalho. Na África existem minas de pedras brutas, mas o trabalho de corte e transformação em jóias é realizado em outros países, especialmente na Europa (Anversa), Índia (Mumbai) e Israel (Tel Avive). Seguindo o exemplo da África do Sul, Botsuana e Namíbia, os outros produtores africanos de diamantes brutos querem desenvolver a indústria de corte e acabamento das pedras e favorecer a criação de jóias “Made in Africa”.
Em uma entrevista ao jornal sul-africano “Business Day” o Vice-ministro congolês das Minas, Victor Kasongo, corrigiu suas afirmações anteriores sobre a constituição de uma espécie de “OPEC (Organização de Produtores de Petróleo) dos diamantes”. “Não se trata absolutamente de uma organização do estilo da OPEC. É uma iniciativa africana para garantir um valor adjunto aos nossos recursos, com a ajuda de membros da África meridional” - afirmou o Vice-ministro da República Democrática do Congo.
Em um comunicado, a ADPA reiterou que o objetivo da organização é “introduzir políticas e estratégias voltadas a recuperar as entradas perdidas por todos os Estados membros”. A ADPA se compromete em trabalhar ao lado dos Países membros do chamado “Kimberley Process”, processo de certificação que garante que os diamantes vendidos em mercados internacionais não são os chamados “diamantes de sangue” provenientes de Países em guerra e contrabandeados por grupos armados que, desta forma, financiam suas atividades militares. O último País a ser admitido ao processo de Kimberly é a Libéria, cuja guerra civil, terminada em 2003, foi financiada, entre outras coisas, por diamantes extraídos em suas próprias minas mas também nas da vizinha Serra Leoa, por sua vez, vítima de guerra civil. Em 4 de maio, a União Européia, que detém a Presidência em 2007 do processo de Kimberly, admitiu, de fato, a Libéria no processo. Após a resolução 1753 das Nações Unidas no último dia 27 de abril, sobre o fim do embargo contra a venda de diamantes e a adesão do País ao processo de Kimberly, a Libéria pode assim, exportar legalmente seus diamantes brutos a outros Países aderentes ao processo de Kimberly.
12 Países aderem ao ADPA: Angola, Botsuana (primeiro produtor mundial em termos econômicos), Gana, Guiné, República Democrática do Congo, Zimbábue, Namíbia, Serra Leoa, Tanzânia, Togo, República Centro-africana e África do Sul. A África fornece 76% dos diamantes mundiais. (L.M.) (Agência Fides 8/5/2007)


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