Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Roma (Agência Fides) - Continuando os trabalhos da Assembléia Plenária das Pontifícias Obras Missionárias, que está se realizando na Fraterna Domus de Sacrofano (Roma) de 3 a 8 de maio. Na tarde do dia 3 foi apresentado o Relatório da Pontifícia Obra de Propagação da Fé, feita por seu Secretário-geral, Pe. Fernando Galbiati, o qual, com este ato, se despediu depois de oito anos de intenso trabalho em Roma a serviço das POM. Esta Obra contribui de modo decisivo ao mundo missionário e à animação missionária por meio da oração e da oferta material. O Pe. Galbiati ilustrou o processo de trabalho realizado por esta Obra para distribuir as ajudas segundo os inúmeros pedidos que chegam ao Secretariado Geral, cerca de 6 mil projetos todos os anos, que supõe um grande esforço em nível mundial e uma carga não indiferente de trabalho. “Isso comporta uma proximidade não simbólica, mas real à vida da Igreja em outros continentes”, afirmou o Secretário-geral. As ofertas coletadas pela POPF em 2005 foram 125.862.443 $ (US), que foram distribuídas em diversos projetos em todo o mundo.
Na sua palestra, destacou também as importantes mudanças que as POM sofreram no ano de 2006. Em primeiro lugar, a mudança do Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, o Cardeal Crescenzio Sepe, que foi nomeado Arcebispo de Nápoles. Em seu lugar veio o Card. Ivan Dias, já Arcebispo de Mumbai (Índia), sendo o primeiro Prefeito da Congregação proveniente de um território de missão.
Durante esses últimos anos, teve lugar também uma importante atualização dos documentos jurídicos das POM . “Todo este esforço de revisão das estruturas jurídicas e das linhas operativas das POM - explicou o Pe. Galbiati - são o resultado do convite do Concílio Vaticano II a atualizar a organização e as modalidades operativas das instituições eclesiais, mantendo a inspiração fundamental e o espírito inicial para poder se adequar às necessidades dos tempos modernos”, destacou o Pe. Galbiati. “No contexto da atualização em ato, continuou o Pe. Galbiati, considerou-se oportuno intervir também na gestão de algumas instituições financiadas pelas POM. Com este fim, foi constituída a Fundação “Domus Missionalis”, que se ocupará da administração dos Colégios para os sacerdotes, religiosas e catequistas leigos”.
Em relação às ajudas econômicas que as POM oferecem às Igrejas em territórios de missão, o Pe. Galbiati recordou que este modo permanece sempre o mais prático e digno. “Nós somos custódios de uma instituição feita justamente pela Igreja e que se tornou, para além das contingências históricas, a verdadeira organização de serviço e de ajuda para a missão. Por isso, deveríamos manter sempre às POM sua devida prioridade no serviço missionário da Igreja… Uma avaliação das POM a partir de seu peso puramente econômico seria um grave erro de juízo e uma radical incompreensão das origens e da natureza de sua existência e atividade”.
O Pe. Galbiati falou também do processo de preparação do Primeiro Congresso Missionário Asiático, que foi celebrado em Chiang Mai (norte da Tailândia) (veja Fides 18 -21/10/2006). Depois de constatar o impacto benéfico dos congressos Missionários na América, nasceu a idéia de realizar esses Congressos em cada continente, com freqüência fixa, para reavivar o espírito missionário. “O desejo comum - afirmou o Pe. Galbiati - é que esses encontros sejam institucionalizados e se tornem parte da própria vida da Igreja nos vários continentes, sinais visíveis da Comunhão em Cristo de todos os fiéis do mundo”.
Na sexta-feira, 4 de maio, continuaram os trabalhos da Assembléia Geral, com a apresentação do relatório sobre a atividade da Pontifícia Obra de São Pedro Apóstolo (POSPA) em 2006, feita por Mons. Jan Dumon, Secretário-geral desta Obra, que tem como objetivo contribuir para a formação do clero local nas Igrejas de missão, buscar os meios econômicos necessários para a construção e a manutenção dos seminários e ajudar as atividades dos noviciados e dos sacerdotes, religiosos e religiosas das missões que estudam no exterior.
Em primeiro lugar, Mons. Dumon relevou o trabalho realizado em todo o 2006 para a promoção da Obra, já que em muitos países esta não é suficientemente conhecida. Assim, Mons. Dumon participou em junho de 2006 de uma reunião com a Conferência Episcopal da Tanzânia para a Opus Securitatis (Fundo de pensão para os sacerdotes anciãos) e manteve um encontro com os reitores e os formadores dos seminários do país, organizado pelo Diretor Nacional. Em novembro de 2006, foi convidado para o Congresso Missionário da CERAO em Ouagadougou, onde falou sobre a Obra. Em janeiro de 2007, foi às Filipinas para o Congresso realizado para comemorar os 75 anos de existência das POM no país. O encontro foi dedicado à POSPA e Mons. Dumon falou sobre “Missão e formação nos seminários”. Por fim, em março passado se realizou em Bangladesh uma assembléia sobre o mesmo tema, na qual o Secretário-geral falou sobre “A formação para a missão dos futuros padres”.
Quanto aos subsídios concedidos por esta Obra, segundo o relatório apresentado, em 2006 receberam subsídio ordinário pela primeira vez 18 seminários, dos quais 4 na África, 6 na América, 5 na Ásia, 2 na Oceania e 1 na Europa. Além disso, em 2006 a POSPA ajudou 942 seminários em todo o mundo, dos quais 503 são Seminários menores, 125 Seminários propedêuticos e 314 Seminários maiores. De fato, a POSPA tinha como objetivo primário garantir estabilidade aos seminários e a outras instituições, garantindo o subsídio ordinário. O número de seminaristas financiados pela Obra em 2006 foi 81.323, dos quais 51.871 na África, 6.328 na América, 18.293 na Ásia, 376 na Europa e 801 na Oceania. Em relação às novas admissões ocorridas nos Seminários maiores em 2006 foram 10.213 e 2.317 ordenações sacerdotais, das quais o número maior foi na África, com 1.069 ordenações, seguida pela Ásia com 926, 284 na América, 21 na Europa e 17 na Oceania. Sempre em 2006, a POSPA distribuiu as seguintes ajudas: 6.393.145 $ aos seminários menores (50.130 alunos); 1.672.920 $ aos seminários propedêuticos (3.864 alunos); 14.507.100 $ aos seminários maiores (27.329 alunos); 971.250 $ a 3.534 noviços; 1.610.100 $ a 6.018 noviças. São 781 as bolsas de estudo conferidas a sacerdotes, religiosos e religiosas locais, que freqüentaram cursos em institutos superiores locais na Costa do Marfim, Quênia, Nigéria, República Democrática do Congo, Camarões e Madagascar. (Agência Fides 5/5/2007)
