AMÉRICA /MÉXICO - Mortes maternas: o destino fatal de camponesas e indígenas

Quinta, 27 Outubro 2011

Cidade do México (Agência Fides) – Recém-concluídas as celebrações do Dia Internacional das Mulheres Rurais, os números oficiais apontam que nos estados mexicanos nos quais vive a maior parte da população indígena ou camponesa, se registram os índices mais alarmantes de mortes maternas. Com efeito, enquanto a média nacional deste fenômeno é de 53,3 mortes para 100 mil crianças nascidas, no estado de Guerrero, no sudoeste, com elevado índice de população rural e indígena, o mesmo índice chega a 103,2 mortes maternas para o mesmo número de nascimentos. Oaxaca e Chiapas também vivem situação semelhante, com respectivamente 82,7 e 80,6 mortes.
O fenômeno é agravado pela carência de instrução de muitas mulheres. 3 em cada 10 não possuem alguma instrução escolar. 48% das que falam uma língua indígena, (de 5 a 29 anos) não frequentam a escola. Segundo a Encuesta Nacional de la Dinámica Demográfica (Inadid) 2009, 5,7% das crianças maiores de 5 anos não fala nenhuma língua indígena. 25% têm de 15 a 29 anos, 41,2% de 30 a 59 anos. Mais de 60% está em idade reprodutiva.
Ainda segundo o censo de 2010, a população rural no país representa 22% do total dos residentes. No México, há 95 homens para 100 mulheres. Para reduzir o índice de mortalidade materna, é preciso aumentar os partos assistidos por pessoal médico especializado. Até 2008, a média nacional era 87%, mas no Chiapas chegava a apenas 36,1%, em Oaxaca 64,4% e em Guerrero, 68,8%. Em 2009, 14% das mulheres mortas em consequência da gravidez tinha menos de 19 anos. Este ano, a média das consultas pré-natais foi de 47 para cada gestante, quando deve ser de 7. O desafio mais importante para enfrentar esta emergência é enfrentar os cuidados médicos com a tecnologia adequada e dispor de agentes de saúde próximos da cultura indígena. (AP) (27/10/2011 Agência Fides)


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