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Bangui (Agência Fides) - "As comunidades religiosas centro-africanas e chadianas que vivem em Bangui reafirmaram sua intenção de viver juntas em pacífica convivência e superar o episódio violentos dos dias passados” – dizem à Agência Fides fontes da Igreja local de Bangui, capital da República Centro-africana, onde nos últimos dias, houve atritos depois que foram encontrados os corpos de duas crianças no automóvel de um cidadão chadiano.
"Eram duas crianças de 4 e 5 anos, que estavam desaparecidos havia dois dias” – explicam as fontes da Fides. "O cidadão chadiano já foi condenado no passado por um crime semelhante, mas estava livre. Por este motivo, quando foi detido, a população quis fazer justiça com suas mãos e começou a linchar. A reação popular envolveu rapidamente a comunidade chadiana local que vive aqui há tempos. A este ponto, intervieram os militares chadianos presentes no país para proteger o Presidente François Bozizé". Segundo um comunicado conjunto dos Ministérios da Defesa, chadiano e centro-africano, nos atritos de terça, 31 de maio, e quarta. 1o de junho, pelo menos 11 pessoas morreram.
É possível que as duas crianças tenham sido vítimas do tráfico de seres humanos, destinados a serem sacrificados em ritos ‘mágicos’. “Há séculos, neste país existem traficantes de outras nações que sequestram pessoas para vendê-las como escravos ou utilizar seus corpos em ritos propiciatórios. Há décadas este fenômeno tem se reduzido, embora não tenha desaparecido” – dizem nossas fontes, que ressaltam que “entre os centro-africanos e a comunidade de imigrantes chadianos existem boas relações”.
“Este episódio de violência deriva do fato que as pessoas acreditavam que o sequestrador pudesse escapar novamente da justiça” – reiteram as nossas fontes. “O fato que fosse muçulmano é puramente incidental e não significa que haja tensão entre cristãos e muçulmanos, mesmo porque os entre os próprios chadianos há muitos cristãos”. (L.M.) (Agência Fides 6/6/2011)
